O Bloco de Esquerda promoveu encontros entre os partidos da esquerda parlamentar. O que é que saiu de concreto dessas reuniões? E se há alguma proposta conjunta que vá avançar a breve trecho?
Esse conjunto de encontros tinha como objetivo fazer uma análise, uma reflexão partilhada sobre o novo contexto político, sabendo da realidade incontornável, de que os portugueses não deram uma maioria parlamentar à esquerda, e portanto não há nesse plano nenhuma hipótese de convergência para exercer o poder político nacional no plano imediato. Desde então tem havido, como é sabido, reflexões sobre a possibilidade de convergência nas autarquias, falou-se do caso concreto da Câmara Municipal de Lisboa, e penso que haverá também caminho para ter iniciativas parlamentares conjuntas na oposição, sobretudo para que não voltem a subir as barreiras que durante muito tempo houve ao diálogo entre as várias correntes da esquerda.
É mais fácil negociar com o PS de Pedro Nuno do que com o de António Costa?
Nós negociámos com o PS de António Costa. Na altura Pedro Nuno Santos tinha um papel nisso, até foi o interlocutor do Governo com os partidos à esquerda. Esse diálogo terminou no dia em que António Costa ganhou as eleições. No fundo o problema é que o diálogo foi possível quando o PS, estava numa situação politicamente fragilizada, e só podia ser governo com o apoio da esquerda. As condições desse diálogo degradaram-se muito quando o PS ganhou as eleições e basicamente passou a querer governar com maioria absoluta quando ainda não tinha maioria absoluta.
E o protagonista tem influência nisso ou não? Pedro Nuno Santos disse que era seu amigo. Não sei se isso tem alguma influência na maneira como se relaciona com o Bloco de Esquerda ou não, se é mais difícil com o Pedro Nuno Santos ou mais fácil, ou se isso não tem nada a ver.
Não, não, não. Eu sou de facto amigo do Pedro Nuno Santos, continuo a ser amigo do Pedro Nuno Santos, mas sempre, ao longo dos anos todos da nossa amizade, “trabalho é trabalho, conhaque é conhaque”.
Em 2026 há presidenciais, a esquerda devia ter um candidato comum ou não?Depende. As eleições presidenciais são eleições muito marcadas pelas hipóteses individuais que existem e, portanto, a possibilidade de haver um candidato conjunto da esquerda é uma possibilidade muito interessante, que eu acho que não deve ser… não deve ser enjeitada. Temos que ver se existe esse candidato. Ou seja, fala-se de muitas hipóteses, algumas das quais não esclarecem a sua disponibilidade. Portanto, eu não excluo de forma alguma essa possibilidade.
Vamos agora passar ao segmento Carne Ou Peixe, em que tem de escolher apenas uma das duas opções apresentadas. A quem compraria uma gamebox ao seu lado no Estádio de Alvalade? A Pedro Nuno Santos ou ao Paulo Raimundo? Um é portista, outro é benfiquista.
Pedro Nuno Santos.
Podia escolher uma pessoa para voltar ao Bloco de Esquerda? Quem escolhia, Daniel Oliveira ou Ana Drago?
Essa é muito complicada. Eu aceitava os dois de bom grado.
E preferia integrar um governo do Bloco de Esquerda que tivesse como Ministro da Habitação Ricardo Robles ou como Ministro da Cultura Rui Tavares?
Ministro da Habitação Ricardo Robles.
Para terminar, se um dia fosse numa delegação do Bloco a Belém, preferia ser recebido pelo Presidente Sampaio da Nova ou pela Presidente Alexandra Leitão?
Pela Presidente Alexandra Leitão.