Existem filmes clássicos e existem clássico filmes — o tipo que define uma geração, cria momentos culturais e merece ser deixado intocado.
A franquia Harry Potter é uma delas.
Quando os rumores de uma potencial série de TV de Harry Potter surgiram pela primeira vez, eles foram irritantes. Quando a HBO recebeu sinal verde em 2023, foi completamente enlouquecedor.
E agora? Com chamadas de elenco para um novo Harry, Hermione e Ron, é mais do que ultrajante.
Eu tolamente pensei que essa ideia desapareceria como um feitiço esquecido em alguma sala de reuniões empoeirada da HBO.
Mas não — a HBO dobrou a aposta, determinada a substituir um dos elencos mais icônicos das últimas duas décadas. Alguém consegue dizer idiotas?
É quase como se tivessem esquecido disso Harry Potter não é apenas mais uma franquia para reiniciar — é uma referência cultural.
Reformular e arrastar a história para uma série de TV não apenas prejudica os filmes, mas também corre o risco de destruir a magia que os tornou icônicos em primeiro lugar.
Os personagens são insubstituíveis
Você não pode simplesmente trocar esses personagens como ingredientes na Poção Polissuco.
Daniel RadcliffeEmma Watson e Rupert Grint não apenas jogar Harry, Hermione e Ron — eles tornou-se eles. Ao longo de uma década, suas performances se tornaram inseparáveis da história em si.
Eu não cresci com os livros — nunca nem os li — mas eu adorava levar meu filho para ver os filmes. Ele devorou cada página da série, e eu fui levada pela magia dos filmes.
Nós nos alinhávamos à meia-noite, cercados por fãs animados, vestidos de bruxos e bruxas, todos animados com a expectativa.
Havia algo eletrizante nisso — esperar com estranhos que compartilhavam o mesmo amor pela história, imaginando como cada novo capítulo se desenrolaria na tela.
Não foi apenas assistir a um filme; foi uma experiência, um momento que nunca esqueceremos.
Você pode recriar isso com uma série de TV? Nem pensar.
A química inegável entre Radcliffe, Watson e Grint cresceu diante de nossos olhos, transformando-se de um trio de crianças em uma potência de jovens talentos que nos prendeu ainda mais aos corredores de Hogwarts.
A dinâmica deles foi um momento mágico, algo que nenhum diretor de elenco do mundo conseguiria reproduzir.
E eu sinto pena dos atores corajosos (ou tolos) o suficiente para tentar preencher esses sapatos gigantescos. Por que se incomodar?
Não é só o trio.
Vamos ser realistas por um segundo — ninguém, e eu quero dizer ninguémjamais poderá tocar o lendário Severus Snape de Alan Rickman.
Seu sotaque sedoso e cheio de veneno, aquela presença taciturna que escondia camadas de dor, amargura e bravura inesperada?
Rickman dominou esse papel. Com tanta intensidade e maestria, ele pegou um personagem que amávamos odiar e o tornou inesquecível. Você acha que alguém pode superar isso? Sim, boa sorte com isso.
E nem me faça começar a falar do Voldemort de Ralph Fiennes.
A maneira como ele interpretava o Lorde das Trevas era tão assustadora que cada assobio que saía de sua boca provavelmente acabava no pesadelo de alguma criança — do jeito que ele queria.
Vai fazer isso funcionar na telinha? Acho que não.
E Maggie Smith como Professora McGonagall ou Richard Harris (e Michael Gambon) como Dumbledore?
Robbie Coltrane como Hagrid trouxe calor e ternura ao meio-gigante, e seu vínculo com Harry foi uma das espinhas dorsais emocionais da série. Ninguém mais poderia calçar aquelas botas enormes.
Gary Oldman deu a Sirius Black o peso emocional que tornou suas cenas com Harry algumas das mais memoráveis.
Os Weasleys — Julie Walters e Mark Williams como Molly e Arthur — eram o coração dos filmes, oferecendo amor, humor e lealdade.
Até mesmo Timothy Spall, como Peter Pettigrew, teve uma atuação inesquecível, capturando perfeitamente a natureza viscosa e traiçoeira de Pettigrew.
Cada personagem, de Tom FeltonDraco Malfoy para Brendan Gleeson como Olho-Tonto Moody e Helena Bonham Carter como Belatriz Lestrange, adicionaram camadas de profundidade e magia à série.
Fleur Delacour, Luna Lovegood, Cedric Diggory, Moaning Myrtle, Neville Longbottom, Dolores Umbridge, Lupin, Ginny Weasley — a lista continua.
Cada um desses personagens e os atores que os deram vida estão gravados em nós e são impossíveis de esquecer.
Quando as reinicializações funcionam — e quando elas falham e queimam
Reinicializações são um jogo arriscado. Às vezes, elas funcionam — como Buffy, a Caça-Vampirosonde um filme esquecível se transformou em uma brilhante série de TV.
Mas para cada Buffy, existem tem Magnum PI‘s que erram completamente o alvo. O charme do original se perde, e o que resta parece uma imitação vazia.
As Patricinhas de Beverly Hills, A Hora do Rush, Sem Limites, Minority Report — tudo isso prova que colocar um nome conhecido em um reboot não garante sucesso.
É exatamente aqui que uma série de TV Harry Potter falhará. Os filmes foram espetaculares. Não há necessidade de uma abordagem “nova” para algo que já foi feito quase à perfeição.
É como tentar reiniciar o original Trilogia Star Wars — reformulando Luke, Leia e Han Solo. Isso cairia bem para algum fã da franquia Star Wars?
Vou deixar você refletir sobre isso por um milissegundo.
Por que mexer com a perfeição?
Esta série de TV não passa de uma forma de ganhar dinheiro. É Hollywood extraindo até a última gota de uma franquia amada sem nenhuma visão verdadeira ou respeito pelo legado que ela carrega.
Já temos oito filmes incríveis que deram vida ao mundo de J.K. Rowling de uma forma que ainda repercute profundamente nos fãs.
Então por que derrubar o castelo só para ganhar dinheiro rápido? Ou esperar que reconstruir um mundo irá “reiniciar” uma reputação?
Apesar de toda a retórica de “fiel aos livros”, não há necessidade de consertar o que não está quebrado.
Os filmes de Harry Potter tinham um ritmo perfeito, capturando o coração dos livros sem se prender a detalhes desnecessários.
Uma série de TV inevitavelmente arrastaria as coisas, enchendo episódios com conteúdo de preenchimento para atingir as cotas de episódios. E sejamos realistas – alguns detalhes simplesmente não se traduzem bem de livro para tela.
A magia dos livros está na maneira como os leitores podem mergulhar no mundo e deixar sua imaginação correr solta.
Então, todos aqueles elementos que os fãs afirmam que “faltaram” nos filmes?
Há uma razão para isso.
Certos momentos pertencem à página, onde podem respirar e se expandir na mente. Visualizar cada pequeno detalhe ou subtrama na tela corre o risco de transformar a mágica em um trabalho tedioso.
Queremos realmente episódios inteiros focados no tempo de Harry com os Dursleys ou em todos os eventos menores em Hogwarts?
Os filmes atingiram o equilíbrio perfeito, e uma reinicialização apenas diluiria a magia em vez de intensificá-la.
A magia continua viva
Os filmes de Harry Potter não contaram apenas uma história — eles criaram um fenômeno cultural. Das estreias da meia-noite aos debates das casas de Hogwarts (Sonserina até o fim), a série moldou uma geração.
Eles nos deram uma experiência compartilhada de descobrir a magia juntos, e milhões de fãs têm isso por perto. Por que mexer com isso?
Os filmes são atemporais e novas gerações os descobrem a cada ano.
Uma série de TV não vai acrescentar nada de novo. Será uma cópia sem vida de algo já feito com perfeição, movido pelo lucro e por motivos equivocados.
Em vez de manchar o legado do Universo Harry Potter, deixe que os filmes sejam a narrativa definitiva desta história icônica.
Um reboot agora, ou nunca? Não será nada menos que um desastre completo.