A NAV e a Casa da Moeda também tiveram de entregar dinheiro adicional ao acionista Estado no final do ano passado, avança este sábado o Público. Tal como a Águas de Portugal que teve de pagar um dividendo extraordinário em dezembro de 2023 de 100 milhões de euros.
De acordo com o Público, a administração da Casa da Moeda foi convocada ao Ministério das Finanças a 22 de dezembro, tendo-lhe sido comunicada a pretensão do Governo de que a empresa pública entregasse um dividendo extraordinário de 20 milhões de euros. A Casa da Moeda (INCM) contrapôs, dizendo que esse valor teria impacto na situação financeira da companhia, pelo que propôs em alternativa ir às reservas e entregar ou 10 ou 5 milhões. Acabou por entregar 10 milhões de euros, tendo a Casa da Moeda proposto, na assembleia geral que decorreu em março deste ano, proposto que os resultados de 2023 ficassem na empresa em resultados transitados, não pagando qualquer dividendo.
Também a NAV, segundo o mesmo jornal, antecipou 15 milhões de euros.
São mais dois casos de dividendos extraordinários pagos ao Estado no final do ano passado, o que ajudou nas contas públicas no final do mandato de Fernando Medina, que acabou por anunciar a descida da dívida pública para um valor abaixo de 100% do PIB, e que conseguiu, ainda, um excedente orçamental de 1,2%, o maior da história da democracia.
Na última semana foi conhecido o pagamento de um dividendo extraordinário de 100 milhões de euros pela Águas de Portugal que pretendia, na assembleia geral de maio, aumentar o capital em igual montante, o que acabou por não ser discutido. Miranda Sarmento travou esse aumento de capital. O presidente da Águas de Portugal, entretanto, comunicou a sua demissão, tendo o Ministério do Ambiente dissociado essa renúncia deste episódio mas conforme noticiado pelo Eco e pelo Público, José Furtado teria mesmo ameaçado demitir-se quando lhe foi exigido o dividendo extraordinário tendo ficado depois de alegadamente lhe ter sido prometido que havia um aumento de capital quando a empresa precisasse. Entretanto o Ministério do Ambiente anunciou o convite a Carmona Rodrigues, ex-ministro do PSD e ex-presidente da Câmara de Lisboa, para suceder na Águas de Portugal a José Furtado.
Presidente da Águas de Portugal comunica demissão depois de aumento de capital ter sido travado pelas Finanças
Apesar dos contactos do Observador, o Ministério das Finanças tem-se escusado a comentar.