O Príncipe André está envolvido em mais uma polémica. Depois da divulgação das relações próximas com Jeffrey Epstein, detido por tráfico de menores, um tribunal confirmou que o irmão de Carlos III tinha uma relação próxima com um cidadão chinês expulso de território britânico por representar uma “ameaça à segurança nacional”. Traduzindo: por espionagem.
De acordo com o The Telegraph, a decisão da Comissão Especial de Recursos de Imigração britânica, um tribunal especializado em casos de imigração, sustenta-se em mensagens encontradas no telemóvel do cidadão chinês, que foi apreendido numa operação na fronteira britânica, em 2021. As mensagens trocadas com um conselheiro do duque mostram a proximidade que existia com o irmão do monarca.
O Príncipe André autorizou o homem a criar uma iniciativa financeira internacional, o Fundo Eurásia, para interagir com potenciais parceiros e investidores na China. Foi também autorizado a falar em nome da família real britânica, no âmbito de investimentos na China. E esteve como convidado na festa de aniversário de André, em 2020.
O tribunal considerou mesmo que o Duque de Iorque era “vulnerável” à influência do “espião”, estando sob “pressão considerável”, sendo esperado que valorizasse o seu “apoio leal”.
O homem, de 50 anos, que foi funcionário público na China, já tinha sido proibido de entrar no Reino Unido em julho de 2023. Agora viu a Comissão Especial de Recursos de Imigração negar-lhe o recurso que apresentou e confirmou a decisão do Ministério do Interior de “o afastar” de território britânico, segundo o The Telegraph.
Para justificar a decisão, o Ministério alegou que a relação poderia ser instrumentalizada para “fins de interferência política”. Os serviços secretos ingleses disseram também que o agente se envolveu em “atividades secretas e enganosas” em nome do Partido Comunista Chinês.
Numa decisão anunciada esta quinta-feira, o coletivo de juízes considerou que a decisão do governo britânico foi “justificada e proporcional”. Os magistrados dizem que o homem “ganhou um grau significativo, poder-se-ia dizer um grau invulgar, de confiança por parte” do Príncipe André.
Para já, por decisão judicial, o cidadão chinês permanece sob anonimato, sendo identificado com o código “H6”.
O tribunal considera que a decisão do Ministério do Interior foi “racional”, visto que havia potencial para o cidadão chinês tirar partido do relacionamento para fins políticos, acrescentando que “H6” “não era sincero” sobre as suas ligações com o regime de Xi Jinping.
O jornal inglês sublinha também as relações próximas entre o Príncipe André e Pequim. O duque foi representante especial do Reino Unido para comércio e investimentos na China e visitou o país em diversas ocasiões entre 2004 e 2011. Em 2014, defendeu que as empresas britânicas deviam aproveitar as oportunidades oferecidas pela China, explorando o mercado chinês.
“Os Segredos do Príncipe André”: documentário sobre relação do filho de Isabel II com Epstein já estreou