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o dia 1 de Amorim no United – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 11, 2024

Ruben Amorim pode esconder-se da nova realidade que começa agora a viver, a nova realidade que começa agora a viver fez de tudo para não se esconder de Ruben Amorim. Ainda no rescaldo das emoções de um jogo em Braga que ficará para sempre entre as principais memórias da carreira, com uma reviravolta épica frente aos minhotos com quatro golos na segunda parte que igualaram mais dois recordes na história do Sporting (11 vitórias consecutivas no arranque do Campeonato, 32 encontros consecutivos sem derrotas na prova), a chegada do novo técnico a Manchester dificilmente poderia ter sido mais discreta. No entanto, nem o sorriso com que apareceu em todas as imagens difundidas pelo United evitou aquilo com que irá conviver.

Dia 1. Amorim aterrou em Manchester e esteve em Carrington. Van Nistelrooy não fará parte da equipa técnica

Para a Sky Sports, existem três pontos chave para que o técnico tenha sucesso no comando dos red devils: a forma como conseguir implementar o sistema de três defesas (ou centrais) numa equipa que tem jogado de outras formas e não está formatada nessa tática; a necessidade de colocar os avançados de novo a marcar golos; e a obrigatoriedade de reencontrar a confiança dos jogadores do plantel. Para outros, foi no mínimo “estranho” que Amorim tenha chegado a Carrington, onde fica o complexo de treinos do United, sendo escoltado por batedores da polícia. Para todos, o facto do dia foi a saída de Ruud van Nistelrooy, figura do clube que voltou este verão para a equipa técnica de Erik ten Hag, ficou como interino nos últimos quatro encontros mas acabou por ser “dispensado” naquela que foi a primeira decisão do português.

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“A audição que ele teve não podia ter corrido melhor. Conhecendo-o como conheço, deve ter pensado ‘Vou colocar-me na melhor posição para das duas, uma: ou ficar no clube de alguma maneira, ou dizerem que precisam de mim como treinador’. Ele conseguiu produzir. Estivemos aqui sentados à espera que chegasse um treinador que criasse uma ligação com os jogadores. E temos um agora”, apontou o antigo internacional e capitão do United Rio Ferdinand, no programa Rio Presents. Ao longo da passagem pelo Sporting, Ruben Amorim foi passando sempre ao lado do que se comentava e escrevia, pedindo ao departamento de comunicação que o informasse apenas do que era importante. No entanto, Inglaterra é uma realidade à parte e, todos os dias, aparecerão comentários de ex-jogadores e “senadores” sobre tudo e todos.

Também começaram já a surgir rumores de mercado sobre potenciais alvos que serão apetecíveis para o português mas essas notícias acabam por ser secundárias perante um contexto diferente que o United tem vindo a viver nos últimos anos onde tudo e todos são criticados (com ou sem razão) pela falta de resultados. Em contextos e realidades diferentes e com pesos díspares, encontra o que encontrou quando assinou pelo Sporting e entrou em Alvalade onde a contestação chegava mesmo à posição do presidente leonino.

“O novo treinador principal do Manchester United, Ruben Amorim, chegou esta segunda-feira à tarde ao complexo de treinos de Carrington. O técnico de 39 anos viajou do aeroporto de Beja, em Portugal, para Manchester de manhã, algumas horas depois de ter comandado a vitória por 4-2 frente ao Sp. Braga no último jogo pelo seu anterior clube, Sporting. Amorim foi recebido à porta do edifício da equipa principal com um abraço do diretor executivo Omar Berrada, pelo diretor desportivo Dan Ashworth e pelo diretor técnico Jason Wilcox. Amorim vai conhecer agora os elementos chave do staff enquanto aguarda a obtenção do visto para começar a trabalhar. O nosso novo técnico terá 13 dias para preparar o primeiro jogo pela equipa principal frente ao Ipswich”, explicou de forma lacónica o clube em comunicado.

Nas imagens partilhadas pelo Manchester United, é possível ver a receção dos dirigentes ao técnico nacional com Ruben Amorim a brincar com Omar Berrada a propósito do tempo (o frio não arreda mas não choveu e o céu esteve claro). “Did you see the weather?”, questionou o antigo treinador do Sporting ao sair da carrinha que o transportou do aeroporto da cidade até Carrington. Ao longo de 49 segundos não há muito mais que se possa perceber a não ser os cumprimentos a vários funcionários com que se cruzou incluindo o pessoal do refeitório mas a ideia que passa, que é um ponto transversal entre adeptos e imprensa, é o impacto de ser alguém com apenas 39 anos pronto a mudar o United como aconteceu antes com… Alex Ferguson.

Aliás, essa continua a ser a questão que mais se faz em Manchester: se o “jovem” treinador português será finalmente o verdadeiro sucessor – qual D. Sebastião – de Sir Alex. Fizemos também nós essa pergunta a alguns adeptos dos red devils e a resposta de um deles bateu a de todos os outros. “Se Amorim vai ser o novo Sir Alex? Não sei, já tivemos uns quatro”. Até mesmo entre os jornalistas, a comparação tem sido uma constante. Durante a longa espera por Ruben Amorim – que primeiro chegaria bem cedo, de manhã, mas rapidamente atrasou para o início da tarde – os jornalistas ingleses tentam perceber o perfil do novo treinador e a idade continua a ser um chamariz. O português tem 39, o escocês tinha 45 quando chegou, e ambos “apenas” contavam com sucesso doméstico. A manhã de espera junto à estrada que dá acesso ao Centro de Treinos de Carrington foi, portanto, uma espécie de passagem de conhecimentos de Amorim dos jornalistas portugueses para os ingleses, com muito frio e lama à mistura.

Mas se o dia começou com essas contínuas comparações entre Ruben e Sir Alex, terminou com outras, mais próximas em termos de linguagem. Depois da chegada a Carrington pela porta dos fundos e do curto vídeo publicado com as apresentações, Amorim seguiu ao final da tarde para um hotel no centro da cidade de Manchester. É lá que vai ficar hospedado, pelo menos para já, sendo que não é terra virgem. Foi neste hotel que ficou a equipa do Sporting quando empatou a zero com o Manchester City, em 2022. Mas foi também aqui a casa de José Mourinho durante os três anos em que treinou o United. Sim, casa, literalmente. Mesmo à beira do Rio Irwell e a cinco minutos a pé da baixa da cidade – e zona de maior movimento – o local onde irá permanecer Amorim e que já foi de Mourinho fica, apesar de tudo, numa zona resguardada da multidão. Parte do edifício fica mesmo na sombra dos prédios da outra margem e passa quase despercebido, ainda que seja um dos mais caros da cidade.

Depois de chegar de madrugada a Lisboa com a restante comitiva do Sporting, Ruben Amorim já não passou esta manhã pela Academia de Alcochete. Ao invés, apesar das poucas horas dormidas, reuniu-se com os cinco elementos que irão seguir consigo para Inglaterra (Carlos Fernandes, Adélio Cândido, Emanuel Ferro, Jorge Vital e Paulo Barreira) e com o empresário, Raul Costa, e seguiu para Beja. Apesar de haver alguns meios de comunicação na Portela e em Tires, a “delegação” nacional optou por outro trajeto que só perto da hora da partida foi conhecido. O jato privado aterrou em Manchester pouco antes das 14h, sendo que até o próprio aeroporto da cidade fez questão de dar conta na rede X (com ironia à mistura) sobre a chegada do técnico. A curiosidade é muito na cidade e entre os adeptos mas terá de ficar guardada por mais uns dias.





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