Para Virginie Magumba, uma dançarina profissional de 22 anos de Goma, no leste do Congo, dançar é mais do que apenas uma carreira.
“Dançar me ajuda a me libertar, a controlar minhas emoções e a não me sentir sozinha”, disse ela. “Tudo o que me tornei devo à dança.”
Magumba ganhou o prémio de Melhor Dançarina Congolesa no festival de dança de Goma deste ano, o maior evento de dança da República Democrática do Congo (RDC).
O festival anual, que reúne dançarinos de todo o mundo em Goma, realiza-se na cidade há sete anos, apesar dos contínuos ataques de grupos rebeldes no leste da RDC. A região há muito que é invadida por mais de 120 grupos armados que procuram uma parte do seu ouro e outros recursos enquanto cometem assassinatos em massa.
“Este festival me formou como dançarino”, disse Magumba. “Isso me mostrou que eu poderia seguir meus sonhos.”
Magumba começou a dançar relativamente tarde. Ela assistiu dançarinos praticarem no clube esportivo de seu pai durante anos, mas foi só aos 17 anos, recém-formada no ensino médio e prestes a iniciar um curso de estudos humanitários, que ela decidiu tentar.
Com o tempo, dançar tornou-se uma espécie de terapia para ela. Isso a fez esquecer os problemas familiares e a violência na região – e permitiu que ela mantivesse a esperança.
“Tentamos manter a esperança, mas é difícil quando nada melhora. O festival incorpora esse espírito de perseverança.”
Embora a sua carreira como bailarina lhe dê a rara oportunidade de viajar para fora do país, ela diz que não planeia deixar a RDC.
“Tantas pessoas partiram nos últimos anos. Mas construí minha carreira aqui, na minha cidade, na minha comunidade. Existem apenas duas dançarinas profissionais em Goma. Digo a mim mesmo: ‘Se eu for embora, quem vai mostrar às outras meninas que isso é possível?’”