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o regresso a casa dos adeptos do Manchester United – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 25, 2024

Enviada especial em Ipswich e Manchester, Inglaterra

O entusiasmo deu lugar ao silêncio. Antes do apito inicial em Portman Road, onde Ruben Amorim se estreou como treinador do Manchester United com um empate contra o Ipswich Town, reinava o entusiasmo entre os adeptos dos red devils: cantavam “Glory, glory, Man United”, gritavam por Amorim, troçavam da goleada do City no dia anterior. Depois do apito final em Portman Road, reinava o silêncio entre os adeptos dos red devils: caminharam calados até à estação de comboios, sem grandes conversas, e só mesmo alguns excessos abriam a porta a manifestações mais efusivas.

A caminhada entre Portman Road e a estação de comboios de Ipswich é curta – são cerca de cinco minutos ligeiramente a subir, através de uma das pontes que passa por cima do rio Orwell. Os adeptos do Ipswich que não vivem na cidade, assim como os adeptos do Manchester United que não tinham bilhete e que só fizeram a deslocação por desporto, apanharam os primeiros comboios logo depois do apito final. Os adeptos dos red devils que entraram em Portman Road, porém, só deixaram Ipswich perto das 20h.

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O comboio das 19h49 rumo a Liverpool Street, em Londres, ainda obrigava a uma curta viagem de metro até Euston para trocar de comboio e rumar finalmente a Manchester. Ao todo, eram mais de quatro horas do tal silêncio ensurdecedor até toda a gente chegar a casa – ou não. Ainda na plataforma 2 da estação de Ipswich, onde o vermelho já dava lugar ao azul que tanto marca a cidade, ficou bem claro que ninguém pretendia passar as próximas quatro horas a marinar a tristeza do empate na estreia de Ruben Amorim.

Ainda na plataforma, nos últimos instantes antes de o comboio aparecer, foi preciso a intervenção policial para evitar desacatos entre adeptos do Manchester United, embalados pelo conteúdo das latas que os faziam esquecer o empate, e adeptos do Ipswich, também eles embalados pelo conteúdo das latas que os faziam celebrar o empate. E se uns polícias evitavam agressões entre quem cambaleava, outros formavam uma espécie de cordão de segurança à beira da linha para evitar que as cambalhotas terminassem nos carris.

Um cenário que não abona a favor de ninguém, é certo, mas que depressa mudou. Assim que o comboio começou a andar, com as carruagens a obedecerem à seleção natural das cores que dividia adeptos de um lado e de outro, o ambiente tornou-se mais leve. E Jack, Chris, Nick e Pete podiam finalmente dar alguma atenção a Alex, o amigo que conheceram em Copenhaga, quando o Manchester United foi perder à Dinamarca para a Liga dos Campeões em novembro do ano passado, e que agora reencontraram.





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