Cientistas em China descobriram moléculas de água presas em rochas lunares, derrubando suposições anteriores de que a superfície da lua é seca.
As amostras de rochas, coletadas da superfície da Lua e trazidas de volta à Terra pela missão chinesa Chang’e 5 em 2020, contêm cristais cheios de “moléculas hidratadas”, de acordo com a Academia Chinesa de Ciências.
Amostras trazidas pelas missões Apollo dos EUA nas décadas de 1960 e 1970 não revelaram vestígios de água, levando os cientistas a acreditar que grande parte do solo lunar estava completamente seco. Mas, mais tarde, o sensoriamento remoto de satélites lunares detectou água na lua, especialmente perto de seus polos mais frios.
Agora, uma nova pesquisa publicada em 16 de julho na revista Astronomia da Natureza finalmente encontrou evidências em primeira mão de água escondida na lua, potencialmente estabelecendo as bases para futura extração de recursos e construção de bases em nosso satélite natural mais próximo.
As descobertas também sugerem “que moléculas de água podem persistir em áreas iluminadas pelo sol da Lua como sais hidratados”, escreveram os pesquisadores no estudo.
A missão Chang’e 5, nomeada em homenagem a uma deusa chinesa da lua, foi a quinta de uma série de missões chinesas à lua. A Chang’e 5 pousou na superfície lunar para coletar material antes de retornar à Terra com sua carga em dezembro de 2020.
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Desde então, os cientistas vêm analisando rochas na amostra devolvida e agora revelaram a presença de um mineral com a fórmula química (NH4)MgCl3·6H2O, que contém mais de 40% de água.
A descoberta ajudará a China a melhorar a sua compreensão dos recursos disponíveis na Lua, o que espera uso em futuras missões espaciais.
A similaridade do mineral com rochas vulcânicas encontradas na Terra sugere que ele provavelmente foi produzido por vulcões extintos na lua. E não é só a presença da água que deixa os cientistas animados — amônia, outro ingrediente-chave do combustível de foguete, também foi encontrada presa lá dentro.
“A presença de amônio indica uma desgaseificação lunar mais complexa [volcanic] história e destaca seu potencial como um recurso para habitação lunar”, escreveram os pesquisadores no estudo.
A China não é o único país que busca se beneficiar dos recursos naturais da Lua — NASA O administrador Bill Nelson disse anteriormente que a velocidade e o progresso das missões lunares da China efetivamente colocaram o país “em uma corrida” com os EUA para chegar ao polo sul da Lua.
“Minha preocupação é que eles cheguem primeiro e digam: ‘esta é a nossa área, vocês fiquem fora'”, Nelson disse aos legisladores em uma audiência do congresso em 30 de abril. “Porque o polo sul da lua é uma parte importante. Achamos que há água lá, e se há água, então há combustível de foguete.”
A China pousou recentemente veículos exploradores na lua e Marte e concluiu a construção do Estação espacial Tiangong em 2022. Também está liderando a construção da Estação Internacional de Pesquisa Lunar, cuja conclusão está prevista para 2030.