Nova Déli:
O Sarco Pod, uma cápsula futurística projetada para suicídio assistido, gerou uma enorme controvérsia na Suíça, especialmente depois que uma mulher americana de 64 anos usou uma recentemente. Apesar do suicídio assistido ser legal na Suíça, o incidente levou a várias prisões e escrutínio das autoridades.
O que aconteceu?
Na segunda-feira, o Sarco Pod foi usado por uma mulher que sofria de graves problemas de saúde em um retiro florestal em Merishausen, perto da fronteira alemã. Os relatórios disseram que ela passou por uma avaliação psiquiátrica e desejou morrer devido a anos de sofrimento de uma doença grave relacionada ao comprometimento imunológico. Sua morte foi descrita como “pacífico, rápido e digno” por Florian Willet, copresidente da The Last Resort, a organização por trás da cápsula.
Após o incidente, A polícia suíça prendeu várias pessoasincluindo Willet, e abriu processos criminais por “induzir, auxiliar e instigar suicídio”. As autoridades disseram que alertaram previamente a organização de que usar Sarco poderia ter consequências legais.
O suicídio assistido é legal na Suíça?
Na Suíça, o suicídio assistido é permitido se o indivíduo agir voluntariamente e sem coerção. No entanto, a eutanásia ativa – onde um profissional médico administra uma injeção letal – é ilegal. A estrutura legal diz que aqueles que auxiliam no suicídio não devem fazê-lo por motivos egoístas.
Por que as prisões?
As prisões, após o incidente, decorrem de preocupações de que os operadores do Sarco podem ter violado as leis suíças sobre suicídio assistido. As autoridades abriram uma investigação para determinar se quaisquer atos criminosos ocorreram em relação à morte da mulher.
A ministra do Interior suíça, Elisabeth Baume-Schneider, disse na segunda-feira que a cápsula Sarco não está em conformidade com as leis de segurança de produtos existentes e que “não era legal”, informou a AFP.
Como funciona o pod Sarco
Inventado por Philip Nitschke, uma figura conhecida na defesa do direito de morrer, o Sarco Pod opera enchendo uma câmara selada com gás nitrogênio. Esse processo reduz significativamente os níveis de oxigênio, levando à morte por hipóxia. Uma vez dentro do pod, o usuário aperta um botão, acionando a liberação de nitrogênio. De acordo com Nitschke, o usuário perde a consciência em dois minutos e morre em cinco minutos.
O uso deste pod suicida também levou a alguns debates éticos sobre a natureza da morte assistida. Alguns argumentam que ele fornece uma opção pacífica e autodirigida para aqueles que sofrem, enquanto os críticos se preocupam com as implicações de tais dispositivos e o potencial de uso indevido ou coerção.