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O uso do celular pelos pais está prejudicando os filhos?

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Out 23, 2024
(Imagem: Pixabay CC0)

O uso do celular pelos pais pode ter um impacto direto na saúde mental dos pré-adolescentes, segundo um estudo. Os efeitos incluem aumento da hiperatividade e desatenção.

Houve numerosos estudos sobre os efeitos do tempo de tela nas crianças. Mas as crianças não são as únicas que usam celulares; É igualmente provável que os pais sejam vistos colados aos seus dispositivos no parque, num restaurante e em casa. A distração digital está afetando as relações entre pais e filhos e, especificamente, a saúde mental das crianças?

Para descobrir, Audrey-Ann Deneault, professora assistente de psicologia na Universidade de Montreal, liderou um estudo com 1.303 pré-adolescentes durante a pandemia de COVID-19.

Os pré-adolescentes responderam a um questionário de saúde mental aos 9, 10 e 11 anos para medir sintomas de ansiedade, depressão, desatenção e hiperatividade. Eles também responderam a perguntas para avaliar como se sentiam em relação ao uso da tela pelos pais e seu impacto em suas interações.

Interferência tecnológica nos relacionamentos

“Tecnoferência refere-se ao efeito disruptivo da tecnologia nas interações e relacionamentos sociais”, explicou Deneault. A tecnoferência ocorre quando tecnologias digitais, como smartphones, se interpõem entre duas pessoas, sejam parceiros românticos, amigos ou pais e filhos.

“O telefone se torna uma barreira”, disse Deneault. É um muro invisível, mas real, que pode alterar a qualidade das interações humanas e é bem diferente daquele criado quando estamos ocupados com outras atividades.

“Quando estamos ao celular, podemos esquecer completamente o mundo que nos rodeia”, explicou Deneault. “Quando alguém fala conosco, é como se não existisse. Geralmente não ficamos tão absorvidos quando fazemos outras tarefas, como dobrar a roupa ou preparar o jantar.”

Para avaliar os efeitos da tecnoferência nos pré-adolescentes, Deneault quis conhecer a perspectiva deles e ver se eles próprios sentiam que a tecnologia estava a interferir nas suas interacções com os pais. Ela pediu que eles avaliassem sua concordância com afirmações simples, como “Gostaria que meus pais passassem menos tempo no telefone e em outros dispositivos” e “Fico frustrado com meus pais por estarem no telefone ou em outros dispositivos quando estamos passando tempo”. junto.”

Aumento da hiperatividade e desatenção

O estudo descobriu que o maior uso percebido de celulares pelos pais estava associado a um aumento nos sintomas de desatenção e hiperatividade ao longo do tempo.

“Os pais que se distraíam com os celulares tendiam a ter filhos com mais sinais de TDAH, como dificuldade de concentração ou aumento da impulsividade”, relatou Deneault.

Embora o estudo sugira que o aumento do uso da tecnologia pelos pais possa exacerbar a hiperatividade e a desatenção nas crianças, houve poucas evidências de uma relação inversa.

Um mecanismo de enfrentamento?

No entanto, o estudo mostrou um efeito inverso para a ansiedade: a ansiedade em pré-adolescentes parece ser um fator no aumento do uso de celulares pelos pais.

Deneault levantou a hipótese de que os pais poderiam estar usando seus celulares para escapar de situações tensas e difíceis com seus pré-adolescentes ansiosos.

“Nossos dados sugerem que alguns pais podem estar usando seus telefones como forma de evitar situações de grande carga emocional, como controlar a ansiedade de seus filhos”, disse ela.

Tal comportamento de evitação digital poderia ser interpretado como uma estratégia de regulação emocional para os pais que enfrentam desafios relacionais complexos.

Desconectando para reconectar

O que os pais podem fazer para limitar a tecnoferência e permanecer conectados com os filhos? Deneault tem algumas soluções simples, mas eficazes.

“É compreensível que no mundo de hoje todos queiram permanecer conectados”, disse ela. “Não recomendamos desligar completamente o telefone, apenas ficar mais atento ao uso do celular quando estiver com seus filhos”.

Ela sugere períodos de desconexão voluntária. “Reserve de 15 a 20 minutos para colorir juntos, deixe o celular em outro cômodo e esteja realmente presente com seu filho”.

Esse tipo de tempo de qualidade permite uma conexão genuína e ininterrupta e faz uma grande diferença no relacionamento entre pais e filhos.

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