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Oligarca terá dirigido campanha para promover propaganda russa junto do Parlamento Europeu – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mar 30, 2024

O oligarca ucraniano Viktor Medvedchuk, que é padrinho de uma das filhas do presidente russo, dirigiu alegadamente um esquema que consistia em pagar a políticos para venderem propaganda russa, escreve o Financial Times, com base em denúncias das autoridades belgas e checas.

O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, disse no parlamento belga, na quinta-feira, que “a Rússia abordou os deputados europeus [do Parlamento da União Europeia] e pagou-lhes para promoverem a propaganda russa“. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, “está ciente das alegações que estão a ser feitas e está a investigar alegações específicas”, disse um porta-voz de Metsola ao site Euractiv.

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Chéquia garante que Medvedchuk (que viu a Ucrânia retirar-lhe a cidadania no início de 2023) “dirige uma operação de influência russa” em território checo cujo objetivo é “minar a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia”.

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Por isso, aplicou sanções ao oligarca ucraniano, a um seu colaborador próximo e ao site Voice of Europe, que alegadamente estaria a promover propaganda do Kremlin. Medvedchuk está proibido de viajar para território checo e foi imposto também um congelamento de bens.

Medvedchuk, exilado na Rússia desde setembro de 2022 (quando foi incluído numa troca de prisioneiros), ainda não foi sancionado pela União Europeia, mas a Chéquia já revelou que vai pressionar o bloco dos 27 para que o seu nome seja adicionado à lista de indivíduos alvos de sanções no contexto da guerra da Ucrânia.

Estas revelações dos governos belga e checo surgem a pouco mais de dois meses das eleições europeias, que estão marcadas para o início de junho, e que alguns responsáveis europeus receiam que possam vir a ser alvo de interferência por parte da Rússia — num contexto de crescimento dos partidos de extrema-direta, muitos com posições pró-Kremlin.

Esta não é a primeira vez que o oligarca ucraniano é acusado de liderar uma campanha de desinformação. Em 2013, esteve fortemente envolvido numa campanha contra os planos ucranianos de assinar um acordo de associação com a União Europeia, com vista a estreitar entre Kiev e Bruxelas.

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Medvedchuk que se formou como advogado antes de se tornar um magnata do setor dos media, entrou na política no início dos anos 2000, foi chefe de gabinete do então presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma. Em 2021, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, ordenou o encerramento das estações de televisão de Medvedchuk, depois de o Conselho de Segurança e Defesa Nacional ter revelado que estavam a espalhar propaganda do Kremlin.

As autoridades ucranianas prenderam Medvedchuk em abril de 2022 sob a acusação de traição do Estado, dois meses depois de Putin ter ordenado a invasão em larga escala da Ucrânia. O oligarca acabou por ser  trocado por soldados capturados pelas forças russas durante o cerco a Mariupol.



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