A segunda parte da operação, já não esteve circunscrita a um local específico, realizando-se em outros locais do centro de Lisboa: tratou-se de uma ação móvel, de visibilidade, com os agentes a seguirem em carrinhas ao longo do percurso.
Ao Observador, a PSP explica mesmo que “tem vindo, de forma reiterada e insistentemente, a combater vários delitos nesta zona da cidade de Lisboa”.
Ao Observador, a Direção Nacional da PSP afastou, na tarde desta segunda-feira, qualquer relação entre as denúncias de responsáveis políticos e a operação realizada, lembrando a regularidade com que ações do género são feitas: “Fazemos com frequência operações deste género naquela zona”. A mesma fonte adianta ainda que o objetivo destas ações é o de contribuir para “o sentimento de segurança de quem ali vive e de quem visita aqueles locais”.
Junta de Freguesia denuncia “agressões”, “homicídios” e “medo” generalizado em Lisboa. Polícia fala em “sentimento subjetivo”
Na nota publicada há dias nas redes sociais da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior denunciava-se haver já “ruas controladas por grupos criminosos, invasões dos domicílios, ocupações, vandalismo, ajuntamentos violentos, assédio, ameaças, medo”.
Em plena luz do dia, há cada vez mais pessoas a consumir drogas, a prostituir-se, defecar e a vandalizar propriedades na freguesia de Santa Maria Maior, garantiram depois os moradores na referida sessão pública. Uma versão que está longe da descrição feita pela polícia sobre o que se passa no centro de Lisboa, que considera que uma boa parte das queixas recebidas dizem respeito a um “sentimento de insegurança subjetivo”.
Apesar da coincidência temporal, a PSP garante que a operação desta segunda-feira nada tem a ver com as recentes notícias em relação à alegada insegurança na freguesia de Santa Maria Maior. A direção nacional desta polícia fala mesmo numa operação de rotina: “Neste local em concreto a PSP já despoletou incontáveis operações de investigação criminal com cumprimento de buscas e mandados de detenção por investigações ali desenvolvidas.
Seringas usadas, dejetos, prostituição e assaltos: 40 moradores denunciam “insegurança insustentável” em Santa Maria Maior
Nas demais zonas da cidade, por intermédio de um forte dispositivo das várias valências, foram ainda efetuadas interpelações de rotina e efetuados seguimentos e vigilâncias a várias células de carteiristas pela Equipa Especializada da PSP (de Belém ao Castelo durante todo o dia). Esta ação da PSP integra as dezenas de operações desta natureza realizadas diariamente”.
A Observador, a Polícia de Segurança Pública explica que só em 2024 nesta zona da Mouraria, na Baixa, em Arroios e no Castelo, a PSP registou preventiva e proativamente dezenas de operações e de detenções:
- 53 detenções e 30 operações de investigação criminal de entre as diversas tipologias: carteiristas, tráfico, roubos e outros furtos;
- dezenas de operações a estabelecimentos, com centenas de autos de contraordenação elaborados;
- dezenas de detenções por crimes de tráfico/posse de estupefaciente, roubo, furto por carteirista; por dispositivo de visibilidade e proximidade;
- mais de três dezenas de operações de âmbito variado (venda ambulante, tráfico e posse de estupefaciente, sem abrigo, agressões, ruídos, …).
A polícia explica que todas estas ações realizadas este ano são “constantes no tempo” e “têm único fito de refrear e aplacar o ímpeto criminoso destes e de outros suspeitos que desenvolvem de forma ativa crimes nestas zonas, conseguindo, em paralelo, reforçar os índices de segurança da população residente”.
Ainda que a PSP garanta que a operação desta segunda-feira foi mais uma ação idêntica a tantas outras, o certo é que as autoridades estão preparadas para reforçar a presença em alguns pontos da capital e da cidade do Porto onde há mais relatos de situações de insegurança.