O principal partido da oposição da Coreia do Sul anunciou este domingo que vai tentar novamente, no dia 14 de dezembro, destituir o Presidente Yoon Suk Yeol, cujo partido tenta tomar o poder.
Yoon escapou por pouco de uma primeira moção nesse sentido, submetida ao Parlamento para votação no sábado.
O Partido do Poder Popular (PPP) boicotou e invalidou a votação por falta de quórum.
“Yoon, o principal culpado por trás da rebelião e do golpe militar que destruiu a ordem constitucional da Coreia do Sul, deve renunciar imediatamente ou sofrer ‘impeachment’ sem demora. Em 14 de dezembro, o nosso Partido Democrata irá acusar Yoon, em nome do povo”, disse o líder da oposição, Lee Jae-myung.
O impopular líder conservador tem enfrentado ataques de todos os lados desde a sua surpreendente proclamação da lei marcial na noite de terça-feira, uma medida que foi forçado a revogar apenas seis horas depois, sob pressão do Parlamento e das ruas.
Em comunicado, o PPP de Yoon afirmou ter “obtido”, em troca do bloqueio da moção, a “promessa” de que se retiraria para deixar a governação do país à sua formação e ao primeiro-ministro.
“Mesmo antes de sua retirada, o presidente não interferirá nos assuntos de Estado, nem nos assuntos externos”, certificou o líder do PPP, Han Dong-hoon, no domingo.
Um anúncio denunciado pelo Presidente do Parlamento Won Woo-shik, largamente apoiado pela oposição.
“O exercício conjunto da autoridade presidencial pelo primeiro-ministro e pelo partido no poder (…) é uma clara violação da Constituição”, disse.
Para Kim Hae-won, professor de direito constitucional na Escola Nacional de Direito de Busan, este acordo é semelhante a um “golpe de Estado silencioso”.