Depois do Zambujal, de manhã, Pedro Nuno Santos seguiu para a Cova da Moura, também na Amadora. Visitou a associação cultural Moinho da Juventude, onde ouviu Jakilson Pereira (presidente) a pedir aos políticos que não façam de quem mora nos bairros “armas políticas”. O líder do PS tinha almoçado pelo bairro e seguiu a pé até à associação e, depois, até à creche.
Terça e quarta-feira vai continuar nesta frente, recebendo o sindicato dos oficiais da polícia e a associação sindical dos profissionais de polícia, na sede do PS. Esta segunda-feira esteve no terreno o dia todo, acompanhado da líder parlamentar Alexandra Leitão e, de manhã, também de alguns deputados, como Mariana Vieira da Silva (estes dois últimos nomes são os que os socialistas têm colocado na pole position de candidaturas à Câmara de Lisboa), mas também Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira, Edite Estrela, Miguel Cabrita ou Pedro Vaz.
Mas o grupo já não ficou todo até ao último ponto do dia, a esquadra aberta à comunidade em Caxias. Aí, quem esteve ao lado de Pedro Nuno Santos, numa parceria inusitada, foi o presidente da Câmara de Oeiras. Isaltino Morais apostou num projeto “determinante” porque “envolve a esquadra com a comunidade”. Logo à entrada, miúdos jogam pingue-pongue e matraquilhos com polícias fardados e lá dentro, no espaço do “Gira no Bairro” (um projeto da associação Mundos de Papel) que funciona dentro da esquadra, há crianças a fazer trabalhos de casa e a prepararem cartões para o Natal nos computadores.
A coordenadora Ana Luísa Santos chama uma delas, Ronaldo, para explicar ele mesmo o que se faz por ali e assumir que se “criou uma amizade” com os polícias, que antes “não conhecia”. A timidez não o deixou ir muito além disso, e ficou a coordenadora a aproveitar as visitas da tarde para avisar que o Programa Escolhas (que ainda vem do tempo de António Guterres) pode vezes atrasa-se no financiamento e há salários que já ficaram em atraso. Fala na “ginástica financeira e emocional” que esta iniciativa lhe tem trazido, mas ao seu lado, Isaltino aponta sobretudo o copo meio cheio da “forma como a polícia e a comunidade se envolvem” e como isso “é determinante”.
“O trabalho ajuda a desanuviar a tensão”, descreveu ainda o líder do PS que, no final, foi questionado sobre este projeto e a ação do autarca de Oeiras no terreno. “Não posso perder-me em elogios“, disse o socialista entre risos sobre o antigo autarca-modelo do PSD (agora independente). Não jogam no mesmo lado político, mas acabaram este dia do mesmo lado da mesa da matraquilhos, com as mãos a comandar os bonecos vermelhos e brancos contra os verdes às riscas. Ganharam aos miúdos que ficaram do outro lado. “Eu marquei dois e o presidente da Câmara ainda marcou um”, desafiava ao longe do líder do PS em direção às crianças. Dentro de um ano jogarão noutro campo, mais hostil.