A lista de censura em “Sailor Moon” é longa (O Diário de Michigan fornece uma visão geral sólida). Uma das maiores mudanças é a remoção de muitas referências culturais japonesas, incluindo nomes de personagens importantes. Usagi se tornou Serena, Michiru foi mudada para Michelle, Mamoru Chiba se transformou em Darien Shields e assim por diante. A dublagem não levou em consideração que muitos fãs da série, como eu, leriam os mangás e aprenderiam seus nomes originais, de qualquer maneira. Os jovens espectadores não são burros; reconhecemos elementos como os uniformes escolares de marinheiros que indicavam que o cenário era um país diferente, com um modo de vida diferente. Estas alterações sugerem de forma prejudicial que a exposição a diferentes nacionalidades representa uma ameaça ou é inerentemente confusa para as crianças.
O Cartoon Network também cuidou da exibição de “Sailor Moon” com luvas de pelica, mudando o sangue para uma estranha cor verde, referindo-se às mortes como mero sequestro e removendo o contorno dos (suspiro!!) seios durante a cena de transformação. Eles também inseriram segmentos educativos “Sailor Says” no final de cada episódio, que davam palestras morais sobre questões como reciclagem ou alimentação saudável.
Desde que os anos 90 viram um ressurgimento da política religiosa conservadora (anti-casamento entre pessoas do mesmo sexo, advogando por orações em escolas públicas e educação baseada somente na abstinência, etc.), o Cartoon Network removeu muito da iconografia católica. O Santo Graal foi renomeado para The Purity Chalice e a imagem de Hotaru pendurada em uma cruz como Jesus foi removida. Essas mudanças eliminam as escolhas mais artísticas e ousadas da série e diluem as apostas narrativas e o impacto emocional. O destino do universo está em jogo para essas colegiais, e a escuridão que elas enfrentam — até mesmo a morte — é para ser sombria, o que aumenta a excitação.