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Por que ficamos doentes por causa de uma picada de cobra?

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Out 22, 2024
(Imagem: Pixabay CC0)

Todos os anos, mais de 100.000 pessoas morrem devido aos efeitos de uma picada de cobra venenosa. O biólogo Mátyás Bittenbinder pesquisou como o veneno de cobra prejudica o corpo humano, com o objetivo de desenvolver antivenenos no futuro. Além disso, existem também alguns “aspectos positivos” no veneno. Esta pesquisa leva a uma melhor compreensão do veneno de cobra.

Entre 1,8 e 5,4 milhões de pessoas são picadas por uma cobra venenosa todos os anos. Mais de 100.000 deles morrem. Mais de 450 mil sobreviventes sofrem danos ao longo da vida devido a necrose de tecidos, amputações, danos renais ou cegueira. É também considerada uma “doença dos pobres”: as populações rurais em zonas tropicais e subtropicais correm maior risco de picadas de cobra, mas têm menos acesso a cuidados médicos de qualidade e a antivenenos. Para reduzir o número de vítimas, é fundamental entender melhor como funciona o veneno de cobra.

Bombardeio de Cluster Biomédico

O veneno de cobra pode ser visto como um coquetel de dezenas a mais de cem moléculas bioativas, conhecidas como toxinas. Esses coquetéis tóxicos evoluíram para os venenos extremamente precisos e poderosos que vemos hoje. As toxinas do veneno têm um objetivo: perturbar completamente o corpo. Este é um feito notável da evolução, que pode ser melhor descrito como uma espécie de bombardeio bioquímico de aglomerados.

Bittenbinder e seus colegas descobriram que alguns tipos de veneno de cobra perfuram as células, enquanto outros quebram a “cola” que mantém as células unidas. Isso danifica as células e pode causar danos ao corpo. Com esse conhecimento, compreenderemos melhor como o veneno de cobra causa lesões e como podemos tratá-las melhor no futuro.

Não são necessários testes em animais

A pesquisa foi realizada em laboratório. Os cientistas usaram culturas de células e microscópios avançados. Eles administraram veneno de cobra em células vivas para observar em tempo real como o veneno afetava as células. Além disso, separaram o veneno em diferentes componentes para identificar quais substâncias eram responsáveis ​​por formas específicas de danos.

Os pesquisadores também utilizaram um modelo 3D no qual puderam cultivar imitações de vasos sanguíneos. Isso permitiu que observassem como o veneno de cobra danifica os vasos sanguíneos e causa sangramento. Este novo modelo de pesquisa elimina a necessidade de testes em animais.

Melhores medicamentos

Os resultados desta investigação são particularmente importantes para pessoas em áreas onde as picadas de cobra são um problema significativo, como países de África e do Sudeste Asiático. Os pesquisadores agora entendem melhor como o veneno de cobra danifica células e tecidos. Com este conhecimento, podem ser desenvolvidos melhores medicamentos ou antivenenos destinados a reparar danos nos tecidos.

Bittenbinder afirma: “A longo prazo, esta pesquisa pode contribuir para melhores chances de sobrevivência e melhor qualidade de vida para pessoas que foram picadas por uma cobra venenosa, sem sofrer danos para o resto da vida”.

Bittenbinder defenderá sua pesquisa de doutorado no dia 30 de outubro na VU University Amsterdam, sob orientação de Freek Vonk.

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