Até podia parecer que era para cumprir calendário, mas a ideia de que era preciso evitar qualquer tipo de surpresa estava bem presente. Depois de golear o Azerbaijão em Baku, Portugal recebia as azeris em Vizela com o objetivo de carimbar a passagem ao decisivo playoff de acesso ao Euro 2025.
O 4-1 de há uma semana, na primeira mão, deixava a Seleção Nacional bastante tranquila. Mas Francisco Neto recusava qualquer tipo de facilitismo e lembrava que, apesar de a superioridade portuguesa ter ficado bem clara no jogo anterior, era necessário não dar a próxima ronda como garantida. “O resultado que conseguimos, e que é fruto da nossa competência, alivia-nos e dá-nos uma margem de manobra maior. A responsabilidade é exatamente a mesma, seja em que patamar for. Tem de ser igual”, começou por dizer o selecionador nacional, recusando depois a possibilidade de fazer poupanças.
Um exame de hora e meia passado em meia hora: Portugal goleia Azerbaijão e ganha vantagem no primeiro playoff para o Europeu
“Quem acompanha esta Seleção sabe que as alterações não são feitas com base na experiência ou na oportunidade. São feitas com base no mérito e na estratégia que definimos. Felizmente, temos um grupo de jogadoras que nos permite, mesmo quando os jogos não nos dão vantagem competitiva, fazer alterações. Fizemo-lo na Liga das Nações, por exemplo. De jogo para jogo apresentamos onzes diferentes, porque confiamos nelas. Cada uma delas aporta uma ideia e uma personalidade diferente para o jogo e isso é positivo. Não será uma questão em relação ao jogo, serão as alterações que acharmos que são melhores para fazermos um bom encontro”, acrescentou.
Ora, neste contexto, Francisco Neto fazia sete alterações face ao onze da primeira mão, mantendo apenas Ana Seiça, Ana Borges e Ana Capeta, com Tatiana Pinto, Dolores e Andreia Faria e formarem o meio-campo e Diana Silva a surgir no ataque. Além disso, as jogadoras portuguesas entravam em campo já com a certeza de que, no provável cenário de apuramento para o playoff decisivo, o adversário era a República Checa, que horas antes tinha eliminado a Bielorrússia.
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Portugal abriu o marcador à passagem do quarto de hora inicial, com Diana Silva a concretizar de cabeça um bom cruzamento de Dolores (15′). A avançada do Sporting era claramente a grande desequilibradora da equipa de Francisco Neto e, cerca de dez minutos depois e ainda dentro da primeira meia-hora, bisou e aumentou a vantagem portuguesa com um chapéu perfeito depois de um passe de Fátima Pinto (26′).
A Seleção Nacional foi para o intervalo a vencer o Azerbaijão, com Diana Silva a ter ainda mais oportunidades para dilatar o resultado até ao fim da primeira parte, e ficava claro que o apuramento para a fase seguinte e para o playoff decisivo com a República Checa era uma questão de tempo.
⏸️ 45′ INTERVALO ⏰
Bis de Diana Silva e vantagem ao intervalo! ????#PORAZE | #Navegadoras #WEURO2025 pic.twitter.com/XyhNMsqhyf
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Francisco Neto mexeu logo ao intervalo, trocando Tatiana Pinto e Ana Capeta por Ana Rodrigues e Carolina Mendes, e a avançada do Racing Power teve desde logo uma enorme oportunidade para marcar com um remate ao poste (53′). Pouco depois, na sequência de uma ida ao VAR, a árbitra da partida assinalou grande penalidade de Ayshan Ahmadova por mão na bola e Dolores, na conversão, aumentou a vantagem portuguesa (56′).
O selecionador nacional voltou a fazer substituições pouco depois, lançando Nelly Rodrigues e Andreia Bravo e também Telma Encarnação, Peritan Bozdağ foi expulsa com cartão vermelho direto depois de uma entrada sobre Diana Silva e Fátima Pinto ainda fechou as contas nos últimos instantes (86′). Portugal voltou a golear o Azerbaijão, chegou aos dez jogos sem perder e garantiu o apuramento para o playoff decisivo de acesso ao Campeonato da Europa de 2025, onde vai defrontar a República Checa.
Portugal goleou o Azerbaijão por 4-0, chegou aos 10 jogos sem perder e fez história: é o melhor registo de sempre da seleção feminina ???????? pic.twitter.com/xvOHsoi1XS
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