Um total de 30 pessoas concentrou-se, esta sexta-feira, junto do Centro de Saúde de Castro Verde, no distrito de Beja, para protestar contra a possibilidade de encerramento das urgências por alguns dias, este mês e em dezembro.
“O encerramento [das urgências], seja ele esporádico, mas cada vez mais frequente, tem consequências muito importantes e negativas na população e nos profissionais”, disse à agência Lusa Carolina Ribeiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A concentração que decorreu esta manhã, junto do Serviço de Urgência Básica (SUB) do Centro de Saúde de Castro Verde, foi promovida pelo SEP e juntou, durante cerca de uma hora, dirigentes sindicais, enfermeiros, políticos e habitantes da vila.
Em causa neste protesto está o possível encerramento do SUB em vários dias deste mês, mas também em dezembro, por falta de médicos.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito (PS), explicou à Lusa que a elaboração pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) das escalas para a SUB está limitada devido “às ausências de médicos”.
O autarca tinha até referido que, durante as 24 horas desta sexta-feira, as urgências do centro de saúde poderiam estar fechadas, mas a Lusa constatou no local que estão a funcionar.
“No início do mês, estava previsto haver cinco turnos de fecho, inclusive 24 horas de fecho esta sexta-feira, mas, felizmente, conseguiu-se arranjar médicos, porque este é um problema de falta de médicos”, frisou a representante do SEP.
Também presente na concentração, o presidente do município considerou à Lusa que o facto de o serviço estar esta sexta-feira a funcionar “já é o primeiro resultado” da “reivindicação e pressão” que têm sido feitas pelos autarcas e outros profissionais, como os enfermeiros, “no sentido de inverter essa situação”.
Na terça-feira, os autarcas dos concelhos servidos pelo SUB de Castro Verde, todos eleitos pelo PS, reuniram-se com a administração da ULSBA, para analisarem o possível fecho do serviço em vários dias durante estes dois meses.
Após o encontro, os presidentes das câmaras de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Mértola e Ourique reclamaram a marcação de uma reunião urgente com a ministra da Saúde e “soluções capazes” do Governo para colmatar este problema.
Autarcas exigem do Governo reunião e soluções para Urgência de Castro Verde
Questionado esta sexta-feira pela Lusa, António José Brito disse que não houve ainda qualquer “resposta por parte do Ministério da Saúde” quando ao pedido de reunião e criticou a titular da pasta, Aba Paula Martins.
“Isso aflige-nos um pouco, no sentido em que dá a ideia de que a senhora ministra não está muito preocupada com aquilo que aqui está a acontecer e, como temos vindo a dizer, esta situação agudiza-se para muito pior desde que temos esta ministra da Saúde”, afirmou.
“[O que] aconteceu nos últimos oito meses no serviço de urgência de Castro Verde é pior do que o que aconteceu nos últimos oito anos. Não há memória de tantas paragens sucessivas como agora estão programadas e que podem vir a acontecer”, argumentou o autarca, garantindo que o município e a população “não vão baixar os braços”.
A CDU também já criticou esta situação da SUB e tem agendada, para as 10h30 de sábado, em frente ao centro de saúde, uma concentração de protesto.