Nesta segunda-feira Venâncio Mondlane voltou a convocar três dias de protesto e no dia seguinte, esta terça-feira, o consulado português em Maputo voltou a pedir “cuidados de segurança redobrados” aos portugueses que estão no país.
“Moçambique vive atualmente um período de instabilidade social, no rescaldo das eleições ocorridas no passado dia 9 de outubro, que tem levado a confrontos entre os manifestantes e as autoridades policiais, assim como a constrangimentos no acesso a serviços e comércio”, começa por contextualizar o comunicado publicado no Facebook do consulado português.
Assim, “face à convocação de manifestações para o período de 13 a 15 de novembro, nas capitais provinciais e junto dos postos de fronteira rodoviários e portuários de Moçambique, aconselha-se a todos os cidadãos portugueses” que evitem zonas com ajuntamentos populares.
O consuldado recomenda “que quaisquer deslocações sejam devidamente ponderadas e preparadas, nomeadamente através da recolha de informações prévias, junto das autoridades competentes, sobre a ausência de constrangimentos na via pública”.
E que “a circulação rodoviária através das fronteiras terrestres de Moçambique deve ser limitada ao estritamente necessário entre os dias 13 e 15 de novembro, devido à possibilidade de bloqueios e de confrontos junto dos respetivos postos fronteiriços”, pode ler-se na nota divulgada.
Já “em deslocações de maior duração, deve ser privilegiada a opção por transportes aéreos”. O consulado lembra ainda que se têm “registado limitações no acesso à rede de internet por dados móveis, sendo expectável que estas se mantenham nos próximos dias” e alerta “para os elevados níveis de desinformação a circular nas redes sociais, devendo ser sempre confirmada a veracidade da informação junto de fontes fiáveis”.
Nesta quarta-feira começa a quarta e última fase da contestação nas ruas aos resultados oficiais eleitorais que deram Daniel Chapo e a Frelimo como vencedores, dados que são contestados pela oposição, principalmente por Venâncio Mondlane, e o partido que o apoia, o Podemos. O candidato independente foi obrigada a fugir do país depois se sentir ameaçado de morte e ser atacado com gás lacrimogéneo durante uma conferência de imprensa no dia 21 de outubro. Falava aos jornalistas numa manifestação de pesar pelo assassinato, dois dias antes, do seu advogado e do responsável pela comunicação do Podemos.