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Protestos na Síria após árvore de Natal ser queimada em cidade de maioria cristã – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 24, 2024

Em atualização

Centenas de manifestantes saíram à rua em localidades cristãs em Damasco, capital da Síria, na madrugada desta terça-feira, de acordo com a imprensa internacional. Protestam contra a queima de uma árvore de natal perto de Hama, no centro da Síria, e exigem a proteção das minorias religiosas ao novo governo sírio, após a queda do regime de Bashar al-Assad.

“Exigimos os direitos dos cristãos”, gritaram alguns dos manifestantes, segundo a AFP, enquanto marchavam pela capital síria em direção à sede do patriarcado ortodoxo, em Bab Sharqi. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra militantes encapuzados a incendiar uma árvore de Natal na cidade de Suqaylabiyah, de maioria cristã, perto de Hama. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos diz que se tratavam de estrangeiros do grupo islâmico Ansar al-Tawhid.

“Se não nos é permitido viver a nossa fé cristã no nosso país, como costumávamos fazer, então já não pertencemos aqui”, disse um dos manifestantes à AFP.

Noutro vídeo, também citado pela AFP, um líder religioso do grupo islamista Hayat Tahrir al-Sham, um dos principais grupos das forças rebeldes que derrubou o regime ditatorial de Assad, é visto a dirigir-se à população local e a dizer que quem incendiou a árvore não é sírio e prometendo punição. “A árvore será restaurada e iluminada amanhã de manhã”, garantiu.

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Os protestos acontecem cerca de duas semanas depois de uma coligação armada ter derrubado o governo de Bashar al-Assad, que se posicionou como defensor das minorias, num país em que a maioria da população é composta por muçulmanos sunitas.

Mais de 25 mil refugiados sírios atravessaram a fronteira turca para regressar ao seu país nos últimos 15 dias, após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad, disse esta terça-feira o ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya. Um número anterior, divulgado pelas autoridades turcas, indicava 7.621 regressos da Turquia entre 9 e 13 de dezembro, os quatro dias que se seguiram à queda de Bashar al-Assad.

A Turquia, que partilha uma fronteira de mais de 900 quilómetros com a Síria, continua a albergar cerca de 2,92 milhões de sírios que fugiram da guerra que assolou o país a partir de 2011, disse Yerlikaya à agência noticiosa estatal Anadolu. Mais de 500.000 sírios vivem em Istambul, a maior cidade da Turquia, acrescentou.

O ministro do Interior turco adiantou que serão criados gabinetes de gestão da migração na embaixada turca em Damasco, capital síria, e no consulado turco em Alepo, segunda maior cidade síria, para facilitar o processo de reinstalação dos refugiados na Síria. Perante o forte sentimento anti-sírio da população, as autoridades turcas esperam que um grande número de refugiados regresse à Síria.

Ancara vai permitir que um membro de cada família de refugiados viaje para a Síria e regresse três vezes durante o primeiro semestre de 2025, a fim de preparar a sua reinstalação. Os refugiados sírios poderão também levar consigo os seus veículos, o que era impossível até agora, acrescentou Yerlikaya.





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