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“Quanto Mais Cedo, Melhor.” O projeto para professores e alunos que fala de saúde mental a partir dos três anos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 16, 2024

Nas 20 sessões para o pré-escolar e nas 15 para o 1.º ciclo, há um animal que é o fio condutor deste percurso. O Dropi é um canguru que se alimenta de sentimentos e que ajuda crianças a falar de emoções. É um canguru azul, que existe em peluche, que é apresentado no início do programa. É uma criação da Associação Unificar, associação sem fins lucrativos, do Porto, que se dedica à criação de respostas para a promoção de saúde mental, prevenção de comportamentos de risco, parceira da Encontrar+se neste programa.

O Dropi é a personagem principal da história infantil “Dá o Salto com o Dropi!”, escrita por Daniela Costa em 2014. Tem orelhas e olhos grandes, vive envergonhado na bolsa da mãe, até que uma tempestade o deixa sozinho e ele tem de expressar o que sente e ouvir os outros. Percebe que as orelhas compridas lhe permitem escutar sons ao longe e que os olhos grandes lhe possibilitam estar atento a si, aos outros, à comunidade. Sabe que depende dos outros para sobreviver. Representa a responsabilidade, a autonomia, a liberdade, o respeito, a atenção e escuta. E valores como o amor, o cuidado, a liberdade, a união e a partilha.

Na Escola Básica de Campo Grande, em Esmoriz, também é dia de sessão na sala da professora Ana Oliveira, no primeiro piso do edifício de arquitetura típica das antigas primárias, janelas todas de um lado, soalho de madeira. Os 20 alunos do 2.º ano já sabem quem é o Dropi e vão falar de alegria. Tudo preparado. Sentam-se em roda no chão, pernas cruzadas, colocam as orelhas de papel do Dropi na cabeça, há corações amarelos para distribuir. Amarelo é a cor da alegria, aprenderam na sessão anterior. Cada aluno recebe um coração para decorar com lápis de cor. “Vamos fazer um exercício de partilha e tornar este dia mais feliz”, anuncia a professora.

Corações decorados a gosto, é hora de escolher um colega para o coração que leva um fio cor de laranja para colocar ao pescoço como um colar para andar ao peito. Beatriz Barbosa, de seis anos, oferece o seu coração à amiga Lorenna Louise que lhe dá o seu decorado com caras alegres e a frase “eu gosto muito da Bea”. O objetivo é sentirem-se felizes, a dar e a receber, e a distribuição continua. Depois é tempo de cada um contar um momento alegre e feliz. Bruna Sofia confessa que está a chorar de alegria, não se veem lágrimas, vê-se um sorriso na cara. E partilha o seu momento. “Eu vou contar uma coisa que me fez muito feliz, foi voltar a ver e abraçar a minha irmã que não via há muito tempo. Ela traz presentes de Inglaterra para cá.”

Beatriz também fala dos seus momentos felizes. “Tenho dois, primeiro quando a minha madrinha me deu o carro com a boneca que eu mais queria, e a boneca nova que me vai dar no Natal.” Está quase. A partilha prossegue até ao fim da sessão, antes de almoço, todos sentados no chão. Há filmes vistos recentemente que foram momentos felizes, presentes recebidos que causaram uma alegria sem fim. Ana Oliveira, professora de voz doce, vai dando a palavra um a um na roda feita no meio da sala, com as carteiras a toda a volta.





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