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“Querem deixar a região Norte fora do mapa do sucesso desportivo.” Há 22 anos que o FC Porto não perdia oito pontos em três jornadas – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 13, 2024

Os registos negativos são vários e mostram a seriedade do momento. Há oito anos, desde 2016/17, que o FC Porto não estava três jornadas consecutivas sem vencer no Campeonato. Há 22 anos, desde 2001/02, que o FC Porto não perdia oito pontos em três jornadas consecutivas do Campeonato. E há oito temporadas, desde 2015/16, que o FC Porto não tinha seis derrotas em 29 jornadas do Campeonato.

Sérgio e uma equipa que não sai do estado permanente de alerta vermelho (a crónica do FC Porto-Famalicão)

Os dragões não foram além de um empate com o Famalicão, em pleno Estádio do Dragão, e para além de se terem afastado ainda mais do Sporting e potencialmente do Benfica podem ainda ser igualados pelo Sp. Braga se os minhotos vencerem o Estoril. Pelo meio, a equipa de Sérgio Conceição voltou a ter um jogador expulso com cartão vermelho direto: já nos descontos, Evanilson agrediu Mihaj e foi expulso por Gustavo Correia, falhando desde já a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal contra o V. Guimarães, naquela que foi a nona expulsão do FC Porto no Campeonato.

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Num jogo em que Pepe foi baixa por castigo, precisamente por ter sido expulso na última jornada, Diogo Costa foi o capitão dos dragões e deu a cara pela equipa na zona de entrevistas rápidas. “O nosso estado emocional não é o melhor, entramos sempre a perder. Temos de olhar para nós. Há muita coisa a melhorar, principalmente na nossa cabeça. Esta não é a melhor maneira de representar o FC Porto, temos muito em que pensar. Olhar para dentro, ser humildes. Entrámos a perder mais uma vez, reagimos, mas já fomos tarde. Há muita revolta, não é fácil lidar, mas temos de olhar para nós e temos de fazer melhor”, começou por dizer o internacional português.

“Como jogador da casa sinto-me envergonhado. É muito trabalho e muito azar, muita gente contra nós, mas temos de melhorar o nosso controlo emocional e ir à procura de melhor. Temos de deixar a revolta de lado e fazer o melhor para o nosso clube. Temos de ser mais inteligentes do que os adversários. Eles procuram picar-nos, porque sabem que somos emocionais, mas temos de ter esse controlo”, acrescentou o guarda-redes, que liderou o grupo após o apito final e no agradecimento às bancadas, com os adeptos a responderem com assobios.

Também na flash interview, Sérgio Conceição voltou a deixar críticas à arbitragem, embora assuma “demérito” do FC Porto. “As pessoas intelectualmente honestas podem olhar para as situações do jogo. O primeiro remate do adversário deu golo. Andamos sempre a correr atrás do prejuízo. Depois há situações muito dúbias… Há muita facilidade em expulsar jogadores nossos. Estou a lembrar-me de uma ou outra situação em que poderia ter sido segundo amarelo para jogadores do Famalicão. Não quero só falar dessas situações, houve demérito nosso. Podíamos e devíamos ter feito mais na primeira parte. Está um ambiente difícil por tudo. Querem deixar a região Norte fora do mapa do sucesso desportivo que a equipa tem de ter em Portugal e na Europa”, começou por dizer o treinador, antes de comentar os assobios dos adeptos.

“É um momento difícil para toda a gente. Os adeptos têm toda a legitimidade e toda a razão para assobiarem porque não ganhámos, faz parte. Estranho é na semana passada terem batido palmas quando perdemos com o V. Guimarães, isso é que é estranho. Estou habituado a um público exigente, apaixonado pelo clube. Há pouca coisa a dizer, em relação a tudo, às três equipas”, acrescentou.

Mais à frente, Sérgio Conceição ressalvou que “os treinos foram bons”, mas sublinhou que existem momentos “pouco compreensíveis” na organização e estratégia da equipa. “Vamos ter oportunidade de falar. Houve cinco ou seis oportunidades desperdiçadas. Temos de estar preparados e temos de ser mais fortes a todos os níveis para dar a volta. Há momentos em que a pontinha de sorte não aparece. Mas há continuidade na infelicidade da terceira equipa. Isso nota-se, nem vou falar mais disso, não vale a pena. Há que levantar a cabeça, depois de a baixar. Temos de perceber o motivo para não estarmos a 100%. Tudo o resto não posso controlar”, terminou.





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