Pior era impossível. Após a melhor entrada no comando do Sporting com uma goleada frente ao Amarante a contar para a Taça de Portugal, João Pereira viveu uma realidade diametralmente oposta na primeira partida da Liga dos Campeões, saindo derrotado em Alvalade pelo Arsenal por claros 5-1. Falhou a estratégia inicial, falhou a falta de adequação ao que se passava em campo (sobretudo a vantagem numérica dos londrinos no meio-campo), falhou a reação depois do intervalo por mais um golo sofrido num momento chave em que os leões estavam por cima, falhou também em parte a comunicação a seguir ao encontro. Falhou um pouco de tudo, algo que pareceu passar ao lado do técnico na antecâmara da sua terceira “estreia”.
No lançamento da receção ao Santa Clara, equipa sensação que ocupa o quarto lugar à frente do Sp. Braga e do V. Guimarães, João Pereira falou daquilo que não correu bem no plano europeu e mostrou-se confiante com o primeiro encontro a contar para o Campeonato, passando também ao lado daquilo que foram as palavras de Bruno Lage e do repto que lançou à equipa do Benfica para ganhar todos os jogos até ao final do ano civil – colocando assim na equação o dérbi frente ao Sporting, marcado para 29 de dezembro.
“O Santa Clara é uma equipa muito forte e tentámos preparar os jogadores da melhor forma para o desafio e para conquistar a vitória. Margem zero? Tentamos fazer tudo para ganhar e os treinadores são sempre avaliados pelos resultados. Se ganharmos amanhã [sábado] as coisas vão correr melhor mas estou tranquilo”, começou por referir, antes de “aprovar” a ideia tática que ficou da era Amorim. “Assumo o sistema com convicção. Na equipa B era o sistema de jogo utilizado, com comportamentos de jogo diferentes mas há muitos princípios que são idênticos. Com o Arsenal foi uma derrota, três pontos que não conseguimos ganhar. Na primeira parte não entrámos bem mas na segunda estivemos mais perto do 3-2 do que sofrer o 4-1. A história poderia ter sido outra mas é o que é, temos de olhar em frente”, apontou o técnico leonino.
Durante a conversa, João Pereira explicou também a expressão “erro de casting” que deu muito que falar (embora se percebesse que não era significado que queria atribuir) e falou da reação que tem sentido por parte dos jogadores. “Sobre o mercado de janeiro ainda falta, temos é de preparar a equipa para ganhar os jogos. Quanto ao erro de casting, peço desculpa ao vosso colega, foram três flashes seguidas… O que quis dizer é que foi um percalço, não me expressei da melhor maneira, mas estamos sempre a aprender. Os jogadores reagiram bem durante a semana, sabem que temos de dar uma resposta diferente contra o Santa Clara. O Hjulmand mostrou a mentalidade do plantel, é um clube com muita exigência”, salientou, antes de sair também em defesa de Maxi Araújo, uruguaio que teve um encontro mais complicado contra Saka.
“O jogo a seguir é o que temos de ganhar, vamos entrar para ganhar frente ao Santa Clara. Quanto ao Maxi [Araújo], costuma jogar mais vezes na frente, mas considero que quando defendemos defendemos todos e quando atacamos atacamos todos. Não vale a pena arranjar culpados. Há que corrigir os erros e estar preparados para o próximo jogo. Teste? A nossa equipa técnica é colocada à prova todos os dias, em todos os treinos, em todos os exercícios. É um jogo do Campeonato, o primeiro que vamos fazer, podemos bater um recorde e os jogadores têm noção disso e querem dar uma boa resposta no jogo. Dérbi decisivo? Nenhum Campeonato se decide em dezembro. Há muitos jogos antes do dérbi, há que ganhar esses”, destacou.