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Rasto com quase 100 quilómetros encontrado junto a cabo elétrico submarino da Estónia que se suspeita ter sido sabotado pela Rússia – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 30, 2024

Uma equipa de investigadores da Finlândia afirmou este domingo ter encontrado marcas no fundo do mar que adensam as suspeitas de que um navio apreendido arrastou a sua âncora para danificar um cabo submarino ligado à Estónia. O navio, o petroleiro Eagle S, tem bandeira das ilhas Cook, mas tem sido apontado como pertencente à “frota fantasma” da Rússia.

Com um rasto perto de 100 quilómetros de comprimento, os indícios encontrados estão a ser encarados pelo chefe da investigação da polícia finlandesa, Sami Paila, como marcas de arrasto “da âncora do Eagle S”. “Conseguimos esclarecer esta questão através de investigações subaquáticas”, disse à emissora nacional finlandesa Yle, citada pelo The Guardian. A apontar para esta tese está não só o facto do petroleiro ter passado na zona, como também o de ter sido fotografado na sexta-feira sem a sua âncora a bombordo.

O equipamento danificado trata-se do cabo submarino da rede elétrica Estlink 2 que liga a Finlândia à Estónia e cuja reparação demorará meses, com a estimativa de recuperação apenas apontada para agosto de 2025. A desativação forçada da interligação poderá provocar um aumento dos preços da eletricidade na Estónia ao tornar indisponível uma das alternativa de abastecimento ao país.

Este incidente engrossa uma sequência de cortes nas ligações elétricas, de telecomunicações e nos gasodutos do mar Báltico desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. Em novembro, por exemplo, dois cabos de fibra ótica foram danificados nas águas entre a Suécia e a Dinamarca, num aparente ato de sabotagem atribuído a um navio chinês.

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De acordo com o responsável da polícia finlandesa, resta tentar provar que o ato do Eagle S terá sido intencional. Um oficial estónio ligado à investigação diz que é difícil crer que não tenha sido um ato deliberado, já que “e se está a arrastar uma âncora, não pode ser que não se dê por isso, porque o navio sairia da rota. É claramente impossível”.

Apesar de navegar com bandeira das ilhas Cook e de ter uma tripulação composta essencialmente por cidadãos georgianos e indianos, o Eagle S não só esteve atracado na Rússia como transportava gasolina sem chumbo carregada num porto russo com destino ao Egito. As circunstâncias fazem crer que o navio faz parte da chamada “frota sombra” da Rússia, utilizada para o transporte de produtos petrolíferos russos sujeitos a embargos após a invasão da Ucrânia.

Polícia finlandesa apreende petroleiro suspeito de sabotagem de cabo submarino

Após o alerta dado pela súbita desativação do Estlink 2 no dia 25 de dezembro, as autoridades finlandesas intercetaram o petroleiro antes que danos semelhantes pudessem ocorrer no Estlink 1, sendo escoltado até ao porto de Kilpilahti, a 40 quilómetros a leste de Helsínquia.

Como reação ao caso, a Rússia disse que a apreensão do navio era pouco preocupante, negando responsabilidades tal como o fez nos anteriores incidentes relacionados com infraestruturas submarinas na região. Já o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, para anunciou esta sexta-feira que a aliança irá aumentar a sua presença militar no mar Báltico.





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