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Rebeldes da Síria estão próximos de cidade estratégica de Homs. Líder diz que objetivo é “derrubar” o regime de Bashar al-Assad – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 6, 2024

Depois de terem tomado Alepo e ocupado Hama, os rebeldes da Síria continuam a avançar relativamente rápido pelo território e, esta sexta-feira, aproximam-se a passados largos da cidade estratégica de Homs. A ofensiva, que tem como destino final a capital síria, Damasco, tem como objetivo “derrubar” o regime de Bashar al-Assad.

Com os rebeldes a aproximarem-se, milhares de pessoas começaram a deixar Homs durante a noite desta quinta-feira e a manhã desta sexta-feira. De acordo com o The Guardian, o grupo tinha apelado à população para que se juntasse à luta e se insurgisse contra o regime, alegando, numa mensagem que circulou online, que tinha chegado a sua “hora”.

A cidade de Homs situa-se, segundo o jornal britânico, num ponto-chave perto da fronteira libanesa, ligando a estrada para Damasco a uma autoestrada para as comunidades costeiras da Síria. Durante o começo da guerra civil síria, a região foi palco de combates dos rebeldes contra o exército e forças aliadas, bem como contra o grupo libanês Hezbollah.

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Com os rebeldes a continuarem a sua ofensiva rumo ao sul, uma alta autoridade do Irão, cuja identidade não foi revelada, avançou, em declarações à agência Reuters, que o país vai enviar mísseis, drones e mais conselheiros para a Síria. Por sua vez, a embaixada da Rússia em Damasco já disse aos cidadãos russos para deixarem o país. Note-se que Moscovo continua a ser um dos aliados de Bashar al-Assad.

Depois de Alepo, os rebeldes conseguiram, esta quinta-feira, tomar o controlo de Hama — numa altura em que o seu líder, Abu Mohammad al-Jolani, conversava em exclusivo com a CNN Internacional. Na primeira entrevista que deu em vários anos, durante o dia e com pouca segurança, o homem de 43 anos, que outrora optava por operar nas sombras, garantiu que o objetivo é “edificar a Síria” e levar os refugiados a regressarem a casa, vindos do Líbano e da Europa.

Ainda assim, em última instância, a maior ambição do grupo rebelde Hayat Tahrir al Sham (HTS) é derrubar o regime de Bashar al-Assad e criar um novo governo baseado não só nas instituições como também num “conselho de poder popular [escolhido pela população]”. “O objetivo da revolução continua a ser derrubar este regime. Temos o direito de utilizar todos os meios disponíveis para alcançar esse objetivo”, disse Abu Mohammad al-Jolani.

As sementes da derrota estiveram sempre dentro do regime [sírio]… os iranianos tentaram reavivá-lo, ganhando tempo, e mais tarde os russos também tentaram apoiá-lo. Mas a verdade permanece: este regime está morto.”

Por outro lado, Abu Mohammad al-Jolani assegurou que os civis não têm de temer os rebeldes nas zonas que estes já conquistaram, dizendo que as “pessoas que temem a governação islâmica ou já viram implementações erradas da mesma ou não a compreendem bem”. Além de tentar tranquilizar os civis, disse que também se esforçou para garantir publicamente aos cidadãos cristãos ou aos que pertencem a minorias religiosas e étnicas que estão em segurança sob a sua liderança. “Houve algumas violações contra elas [as minorias] por parte de certos indivíduos durante os períodos de caos, mas resolvemos essas questões”, afirmou.

Aos 43 anos, Abu Mohammad al-Jolani tornou-se a figura principal do mais bem-sucedido avanço rebelde na Síria em anos. Mas nem sempre foi assim. Antes, escreve o The Washington Post, preferia operar na sombra e raramente mostrava a cara. Chegou a ser — e ainda é — um homem procurado, com os norte-americanos a oferecerem uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações que levem à sua captura.





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