“Se voltam duas pessoas que entraram em conflito com os restantes elementos do serviço, que levaram quase à destruição do serviço há dois anos, o que fez com que fossem em mobilidade para outro lado, obviamente isso só vai levar a uma situação que é a destruição do serviço“, diz Paulo Simões a propósito das demissões em bloco.
Ao Observador, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Amadora-Sintra, a que pertence o hospital, reconheceu que as demissões foram provocadas pelo regresso dos médicos, mas afastou o cenário descrito pela OM. Numa resposta escrita, afasta o risco de encerramento de Cirurgia Geral e refere que o serviço “está a funcionar adaptado ao contexto atual”, com uma equipa “ajustada à saída dos elementos.”
A ULS não se pronunciou sobre o tipo de constrangimentos que têm decorrido, mencionando apenas que sempre que se verificarem dificuldades no cumprimento das escalas “informará as autoridades competentes.” Por esta altura, a equipa funciona apenas com nove especialistas, incluindo o diretor, que não quis prestar esclarecimentos nem se se mantém em funções até ao dia 31 de dezembro. Até lá, ainda se preveem mais demissões, com o presidente da OM a explicar que pelo menos mais duas pessoas mostraram intenções de sair.
Os esforços de contratação já começaram no Amadora-Sintra, confirmou o Observador junto do hospital. Ainda assim, a tarefa poderá revelar-se difícil, acredita Paulo Simões. “Com este clima e com as informações que correm, obviamente que ninguém estará muito disponível para assumir quer o serviço quer o trabalho no serviço”, antecipa. O presidente da Secção Regional do Sul da OM não ficou surpreendido com as recentes demissões, tendo em conta os avisos feitos pelos próprios médicos ao conselho de administração do hospital.