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O Senado voltou para mãos republicanas, depois de os democratas perderem a Virgínia Ocidental e o Ohio. Os republicanos conseguem pelo menos 51 lugares, dos 100, numa altura em que ainda há assentos por atribuir. Já na câmara baixa, a Câmara dos Representantes, os republicanos procuram manter a maioria e parecem encaminhados, com os resultados provisórios a darem vantagem ao partido de Trump.
As sondagens já admitiam o cenário da recuperação do Senado pelos republicanos (que perderam esta câmara em 2020). Isto porque muitos dos lugares que foram a votos pertenciam a democratas em Estados e localidades com uma tendência mais conservadora. Até aqui o Senado tinha uma maioria democrata frágil de 51 para 49, mas ao início da noite eleitoral começou a ficar claro que o processo não seria fácil para o partido de Kamala Harris. Desde logo pela Virgínia Ocidental, onde o republicano Jim Justice ‘roubou’ o lugar de Joe Manchin, eleito pelos democratas mas que este ano se tornou independente e anunciou a sua aposentação. Segundo a AP, trata-se da primeira vez desde 1958 que os dois senadores daquele Estado são republicanos.
Depois, foi no Ohio que houve a troca de cadeiras de cor política. O republicano Bernie Moreno retirou do lugar o democrata Sherrod Brown, de 71 anos, que era senador desde 2007. Moreno é um imigrante colombiano que chegou aos EUA com cinco anos de idade. Durante a campanha, procurou colar Brown aos protagonistas do Partido Democrata, incluindo Kamala Harris. Donald Trump teceu-lhe elogios e salientou como Moreno irá “segurar a fronteira” dos EUA, caracterizando Brown como um “político de esquerda radical”.
Na noite eleitoral, o democrata viria a reconhecer a derrota mas lembrou ao adversário que “nunca será errado lutar pela liberdade de as mulheres tomaram as suas decisões de saúde”. Segundo uma sondagem da AP com 3.700 eleitores do Ohio, cerca de quatro em dez votantes reconheceram que a recuperação do controlo do Senado foi o fator que mais pesou na decisão e metade disse ter sido um fator importante.
Os democratas tinham esperança de conseguir recuperar pelo menos o assento do Texas, o que seria a primeira vez em mais de 20 anos, num estado onde o conservador Ted Cruz foi desafiado pelo democrata Colin Allred — incluindo numa discussão acesa sobre o direito ao aborto (o Texas é um dos estados mais restritivos). Mas sem sucesso: Cruz viria a ser reeleito.
No Senado, a câmara alta, só um terço dos lugares foi a votos: 34 de um total de 100, a maior parte dos quais ocupada por democratas. Aqui, os senadores são eleitos para mandatos de seis anos, mas são escolhidos em anos diferentes. Dado que os ciclos eleitorais acontecem a cada dois anos (nas presidenciais e nas intercalares), os senadores vão a eleições de forma rotativa, por classes (classe 1, 2 ou 3). Cada estado tem dois senadores, independentemente da população que tenha.
Até ao momento (pelas sete da manhã desta quarta-feira, hora de Lisboa), segundo a Associated Press, os republicanos contabilizam pelo menos 51 lugares, numa altura em que faltam ainda sete lugares por atribuir.