O presidente da IL afirmou este domingo que o partido recusa apoiar António Costa para um cargo europeu por não ter uma visão reformista e criticou propostas dos cabeças de lista do PS e AD às europeias.
“A Europa precisa de uma visão nova, de uma visão rejuvenescida e quando me perguntam se a IL apoiará António Costa para uma função na Europa eu digo não. Mas é má vontade? Não, é porque quem em Portugal não reformou, se conformou com a mediocridade, quem não desafiou interesses instalados, vai para a Europa fazer a mesma coisa”, afirmou Rui Rocha, na apresentação do manifesto da IL às europeias de 09 de junho, que decorreu no Jardim da Estrela, em Lisboa.
Rocha lembrou a frase do ex-primeiro-ministro António Costa perante a presidente da Comissão Europeia, quando questionou “se já podia ir ao banco” resgatar um dos cheques do PRR, para criticar o que classificou de “uma visão medíocre de Portugal de mão estendida” na União Europeia.
“Temos demasiadas vezes perguntado o que a Europa pode fazer por nós e menos vezes qual o nosso papel da Europa, como podemos contribuir”, criticou.
Na sua intervenção, que se seguiu à do cabeça de lista, o ex-líder João Cotrim Figueiredo, o presidente da IL deixou críticas a propostas apresentadas nos últimos dias pelos cabeças de lista do PS e da AD às europeias, Marta Temido e Sebastião Bugalho, respetivamente.
“Um dos partidos tem no seu programa uma medida que é promover mecanismos europeus que contrariem a fuga de cérebros em Portugal. Ora, a UE é um projeto de liberdade de circulação, esta gente quer que exista uma liberdade de ficar”, criticou, numa referência ao manifesto do PS.
Já quanto ao programa da AD, o líder da IL criticou a proposta de incluir a habitação na carta dos direitos fundamentais da União Europeia, questionando “quantas casas vai haver a mais” com essa inclusão.
“Não vai mexer nada no mercado. É a mesma coligação que, há três ou quatro dias, não votou favoravelmente um conjunto de medidas da IL que permitiam dinamizar o mercado de habitação e trazer mais casas para os portugueses”, criticou.
Rocha aproveitou para deixar críticas ao pacote apresentado na sexta-feira pelo Governo, “Construir Portugal”, considerando que fica muito aquém das ideias da IL em matérias como o IVA da construção, o mercado do arrendamento ou a descida do IMT apenas para os jovens até aos 35 anos.
Sem referir nomes, o líder da IL deixou ainda críticas ao cabeça de lista do Chega, Tânger Correia, por ter defendido “ideias sem pés nem cabeça”, nomeadamente por ter demonstrado “simpatia para com Milosevic”, o ex-presidente da antiga Jugoslávia, que foi acusado de genocídio crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo entre 1991 e 1999.
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