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A Rússia apontou esta quinta-feira uma base de defesa antimísseis situada na Polónia como “mais uma provocação desestabilizadora dos Estados Unidos e dos seus aliados da NATO” e avisou que a infraestrutura está na mira das Forças Armadas russas.
“É mais um passo extremamente provocador numa série de ações profundamente desestabilizadoras por parte dos norte-americanos e dos seus aliados da NATO”, comunicou a porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros russo, Maria Zakharova, em uma conferência de imprensa.
Maria Zakharova acrescentou que “dada a natureza do nível de ameaça das instalações militares ocidentais, a base de defesa antimísseis de Redzikowo, na Polónia, há muito que foi incluída na lista de alvos prioritários para possível destruição”.
De acordo com a porta-voz, a base militar norte-americana, que o presidente polaco Andrzej Duda inaugurou oficialmente no dia 13 de novembro, “enquadra-se na prática destrutiva de longa data de aproximar as infraestruturas militares da NATO das fronteiras da Rússia”.
“Isto leva naturalmente a um aumento dos riscos estratégicos e, consequentemente, a um aumento do nível global de risco nuclear”, alertou a diplomata.
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Na mesma conferência de imprensa, Maria Zakharova protagonizou um momento caricato relacionado com a acusação da Ucrânia do envio de um míssil balístico intercontinental contra Dnipro. A CNN Internacional conta que Zakharova atendeu o telefone enquanto respondia às perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa. Do outro lado, alguém — que a CNN não consegue identificar — a instruiu a não comentar o ataque na região ucraniana de Dnipropetrovsk.
A CNN transcreve a conversa:
— “Olá. Sim, estou num briefing”, disse ao atender a chamada.
Os repórteres no local ouviram a voz masculina a responder-lhe que houve um “ataque com míssil balístico em Yuzmash”, o nome soviético de Pivdenmash, uma fábrica aeroespacial em Dnipro. O homem diz-lhe que é “proibido falar sobre [o assunto] — não comente de todo”.
Zakharova respondeu-lhe: “Sim, obrigada”. E desligou. A CNN sublinha que não é claro se o telefonema foi encenado ou se Zakharova revelou involuntariamente informação sobre o ataque noturno contra a Ucrânia.
À Tass, Zakharova tentou explicar-se. “Antes do briefing, foram colocadas questões sobre matéria contraditória na internet. Verifiquei com peritos se isso era do nosso âmbito. A resposta veio durante o briefing — o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comenta. Portanto, não há qualquer intriga”, disse, citada pela CNN Internacional.