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Stephen mostrou que faltava acertar na baliza, mas a noite estava reservada para um maestro (a crónica do Lazio-FC Porto) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 7, 2024

A semana ainda vai a meio, mas continua carregada de simbolismo. Apesar de estarmos apenas em novembro, esta pode ser a altura de todas as decisões. Aquela altura da época que se pode revelar fundamental para um bom desfecho. Afinal, o universo portista tem em jogo as suas aspirações no Campeonato, que passam inevitavelmente pelo clássico de domingo contra o Benfica — e pelo Sp. Braga-Sporting —, mas também por Roma, no caso da Liga Europa. Em solo italiano, o FC Porto disputou a quarta jornada da fase desta competição e entrou em campo a saber que a derrota o podia deixar em posição complicada.

Na segunda competição continental, os dragões começaram com o pé esquerdo e sucumbiram de forma surpreendente ante o Bodo/Glimt, na Noruega (3-2). Seguiu-se um super confronto com o Manchester United e um empate que os red devils arrancaram a ferros no Dragão (3-3). Na terceira ronda, os azuis e brancos voltaram a jogar em casa e alcançaram o primeiro triunfo frente aos alemães do Hoffenheim (2-0). Apesar de os quatro pontos colocarem o FC Porto longe dos oito primeiros e apenas em 16.º, a equipa de Vítor Bruno estava em crescimento, não só na Liga Europa como na temporada.

Ficha de jogo


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Lazio-FC Porto, 2-1

4.ª jornada da fase de liga da Liga Europa

Estádio Olímpico, em Roma (Itália)

Árbitro: Georgi Kabakov (Bulgária)

Lazio: Christos Mandas; Adam Marusic, Samuel Gigot (Mario Gila, 67′), Alessio Romagnoli, Nuno Tavares (Luca Pellegrini, 89′); Matteo Guendouzi, Matías Vecino; Loum Tchaouna (Nicolò Rovella, 67′), Pedro Rodríguez, Mattia Zaccagni (Gustav Isaksen, 71′); Taty Castellanos (Boulaye Dia, 67′)

Suplentes não utilizados: Alessio Furlanetto, Ivan Provedel; Fisayo Dele-Bashiru e Manuel Lazzari

Treinador: Marco Baroni

FC Porto: Diogo Costa; Martim Fernandes (João Mário, 61′), Tiago Djaló, Nehuén Pérez, Francisco Moura; Alan Varela (Nico González, 61′), Stephen Eustáquio; Fábio Vieira (André Franco, 84′), Danny Namaso (Pepê, 61′), Wenderson Galeno; Samu Aghehowa (Deniz Gül, 76′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos; Otávio Ataíde, Vasco Sousa, Fran Navarro, Gonçalo Borges, Rodrigo Mora e Zé Pedro

Treinador: Vítor Bruno

Golos: Romagnoli (45+5’), Eustáquio (66′) e Pedro (90+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gigot (4’), Namaso (15’), Zaccagni (28’), Samu (30’), Nehuén (39’), Djaló (45+1’), Guendouzi (81′), Gül (81′) e Pepê (90+4′)

Contudo, pela frente estava a Lazio que, para além de ser forte a jogar na condição de visitada, liderava esta fase de liga com três vitórias em três jogos, num registo que só era replicado por Tottenham e Anderlecht. Ainda assim, a formação comandada por Marco Baroni tinha o melhor registo de golos marcados e sofridos: nove contra um, tento esse que foi alcançado apenas pelo Nice (casa, 4-1). “Temos pontos de contacto. Pressionamos alto, saímos desde trás… Temos uma ideia e uma identidade. Vai ser um jogo muito rico do ponto de vista tático. Temos de ser audazes, com responsabilidade pela posição da tabela em que estamos”, anteviu Vítor Bruno na conferência de imprensa antes do jogo.

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“A Lazio vai ter diferentes peças, mas as ideias vão ser as mesmas. Os perfis individuais dos jogadores são diferentes e temos de estar preparados para esses aspetos. O conceito da equipa está enraizado, têm oito vitórias nos últimos nove jogos. Não vamos ficar à espera, vamos atrás do jogo. Benfica? Neste momento não estamos em condições de preparar dois jogos num só. Olhamos para as métricas dos jogadores e tentamos perceber quem está capaz de jogar. Quem estiver bem irá a jogo, sem olhar para o jogo do Benfica”, acrescentou o técnico portista, que revelou ainda que Wendell e Iván Jaime ficavam fora da partida “por opção” e Grujic porque ainda “está lesionado”.

Desta forma, Vítor Bruno optou por apresentar duas alterações no seu onze inicial, com Nico González a ser rendido por Stephen Eustáquio e Pepê por Wenderson Galeno. Nesse sentido, Danny Namaso segurou a titularidade, oferecendo diversas soluções ao ataque portista devido à dupla que tem mantido com Samu Aghehowa. Nos italianos, Nuno Tavares regressou à titularidade numa equipa que apresentou oito caras novas face ao jogo da Serie A, com apenas Romagnoli, Guendouzi e Castellanos a manterem-se na equipa.

A equipa italiana entrou melhor na partida, beneficiando da desorganização portista para chegar à área de Diogo Costa em ataques rápidos. Na primeira ocasião, Tchaouna aproveitou uma perda de bola de Francisco Moura para arrancar pelo corredor direito e, já na área portista, servir Castellanos, só que o remate do ponta de lança saiu por cima (7′). No lance seguinte, o argentino viria a introduzir a bola no fundo da baliza, mas partira de posição irregular e o lance foi invalidado (8′). Na primeira incursão ofensiva do FC Porto, Galeno rematou muito ao lado (17′). Na resposta, Diogo Costa teve trabalho em dois remates de Guendouzi (20′) e Vecino (21′), sem grande perigo.

Na reta final da primeira parte, a equipa de Vítor Bruno começou a encontrar o espaço nas costas da zona intermediária dos biancocelesti e, na sequência de uma transição comandada por Samu, Fábio Vieira recebeu dentro da área, tentou o golo em jeito, a bola ainda desviou num defesa e acabou por embater em cheio na trave (33′). Depois de um período com muitas faltas e vários amarelos distribuídos, o primeiro tempo chegou ao fim com a Lazio a adiantar-se no marcador através de um lance de laboratório: Zaccagni cobrou o canto para o segundo poste, Castellanos ganhou de cabeça e colocou a bola no poste mais distante e Romagnoli apareceu a completar para dentro (45+5′). Desta forma, o FC Porto saiu para o balneário em desvantagem com um golo no último lance.

Na etapa complementar, a formação laziali entrou dominadora, mas a primeira oportunidade pertenceu aos dragões, com Tiago Djaló a aproveitar o espaço para subir no terreno e atirar por cima (54′). Em cima da hora de jogo, Bruno fez as primeiras alterações na equipa, lançando os “titulares” Nico e Pepê, bem como João Mário. A partir daí o FC Porto cresceu e, através de uma arrancada de Galeno pela esquerda, chegou ao empate. O luso-brasileiro aproveitou o espaço entre o lateral e os centrais, rompeu a linha defensiva e, já dentro da área, cruzou atrasado para Eustáquio, que apareceu sozinho a finalizar (66′). Na resposta, Vecino surgiu solto de marcação no centro da área azul e branco, mas o cabeceamento saiu por cima (68′).

Com o jogo empatado à entrada para os últimos 20 minutos, a Lazio subiu as linhas e continuou mais perto do golo, essencialmente por conta do seu poderio no jogo aéreo. Na sequência de um canto cobrado por Pedro na esquerda, Gila apareceu de trás e cabeceou com perigo ligeiramente ao lado (74′). Contudo, no tempo de compensação — outra vez! —, Isaksen subiu no terreno e cruzou da direita para a área, a defesa ficou parada e Pedro Rodríguez apareceu sozinho a completar para o golo da vitória da líder Lazio (2-1). Com este resultado, o FC Porto perdeu pela primeira vez na história contra a formação italiana, somando a segunda derrota na competição antes de se deslocar a casa do Anderlecht.





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