Também este ano, o Sult abriu portas longe do seu local de origem mas mais perto do seu país de inspiração gastronómica. Depois de um dos sócios do chef se ter mudado para Cascais e, por consequência, ter ficado encantado pela vila, Nelson Soares começou a receber a sugestão de que era aqui — em vez de São Paulo — que devia abrir o segundo restaurante. Viajou pela primeira vez até Portugal, já lá vão três anos, apaixonou-se pelo país — e pela gastronomia — e por cá veio a ficar. No entanto, afirma que já não “quer ficar na cozinha”, tendo, por isso, trazido consigo do Brasil o chef Breno Naar, ao comando do Sult.
Mesmo junto à Baía de Cascais, o Sult apresenta-se assim como um restaurante de cozinha italiana cuja proposta passa por utilizar produtos locais, combinados com as origens cariocas do chef. Quanto à inspiração nórdica, encontramo-la no prato, composto, no máximo, por cinco ingredientes: “Se usamos produtos muito bons não temos que usar muito mais além disso”.
Espaço
Diferente do Rio de Janeiro, o projeto e design de interiores do Sult de Cascais ficou a cargo do estúdio de arquitetura de Sidney Quintela. Se no Brasil a cozinha e a sala partilham a divisão, aqui a cozinha foi trazida até à sala com uma grande mesa de formato triangular, onde o chef finaliza os pratos, a servir de ponte de ligação com os clientes. Com cinco lugares, é aqui que o menu de degustação é servido. “Onde eu realmente apertei foi na cozinha, na montagem da cozinha”, afirmou o chef, destacando a importância de, num restaurante italiano, ter uma cozinha preparada com equipamentos daquela origem.