De acordo com o estudo realizado, “há correlações positivas entre si”, como é o caso do otimismo, que está “positivamente relacionado com a confiança”, que, por sua vez, se relaciona “com a persistência e criatividade”. O próprio ambiente escolar — que é perspetivado como sendo mais positivo pelos alunos do 5.º ano — também se relaciona com “a conexão, a confiança, o sentimento de pertença à escola e com a cooperação”.
Outro aspeto que também apresenta correlações com outras competências é o bullying — mas, neste caso, estão em causa correlações negativas — nomeadamente, “com a maioria das variáveis das competências socioemocionais, como o sentimento de pertença e de cooperação”.
Segundo o estudo, mais de metade dos alunos (entre 61,8% e 76,7%) diz nunca ou quase nunca ter sido vítima de bullying, sendo que 61,8% dos alunos dizem sentir-se seguros na escola — uma perceção que tende a diminuir com a idade. No entanto, cerca de 38% afirmam já ter sido ridicularizados e cerca de 25% já foram ameaçados.
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Sem surpresas, o tempo passado pelos alunos em frente a um ecrã é elevado. Dos alunos inquiridos, 97,3% dizem passar, diariamente, pelo menos uma hora em frente ao ecrã, período que é maior nos fins-de-semana. E 52,8% dos alunos que responderam ao inquérito assumem que, no mínimo, passam quatro horas por dias em frente ao ecrã. Os mais velhos (12.º anos) são os que passam mais tempo a utilizar dispositivos eletrónicos, apesar de os mais novos (do 5.º ano) passarem, em média, 2,9 horas por dia com gadgets e/ou computadores.
Durante a semana, em média, os alunos dizem passar mais de 4 horas em frente ao ecrã, mas o valor sobre para mais de 5h e meia quando falamos do sábado e domingo.
Já no que toca aos hábitos de consumo, o estudo conclui que 91% dos alunos dizem não fumar, enquanto 76,4% afirmam não beber. No que toca ao primeiro, os alunos do 11.º e 12.º são os que mais afirmam fumar todos os dias: 5,8% e 9,9% dos inquiridos, respetivamente. Numa divisão por género, os rapazes são aqueles que mais assumem este hábito.
No que diz respeito à ingestão de álcool, a percentagem de estudantes que afirma não beber desce para 54% quando falamos nos alunos de 11.º ano e para 39,3% quando falamos nos de 12.º. Contrariamente àquilo que seria expectável, o ano de escolaridade em que mais alunos afirmaram beber álcool todos os dias foi o 11.º (3,5%). Uma vez mais, numa divisão por género, os rapazes são os que mais afirmam beber álcool, nomeadamente pelo menos uma vez por semana.
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Apesar de pessoal não docente, encarregados de educação e outros funcionários (como psicólogos) também terem participado neste estudo, “a relativa fraca adesão dos agrupamentos de escolas/escolas não agrupadas neste estudo fez emergir alguma fragilidade na densidade dos dados nestes grupos e na possibilidade da sua generalização”, lê-se no documento. No entanto, os dados relativos ao pessoal docente são suficientes para tirar algumas conclusões e estabelecer comparações.
Apesar de dois terços dos docentes referirem que o ambiente escolar é de partilha, participação e colaboração, 66,8% dizem sentir-se “agitados”. Uma percentagem ligeiramente menor (66,1%) diz ter dificuldade em relaxar e admite reagir em demasia a determinadas situações (65,9%). Cerca de 61% dos inquiridos dizem sentir-se demasiado irritáveis e cerca de metade (51,5%) diz sentir tristeza ou depressão.
Dos professores inquiridos, 62% dizem estar satisfeitos com a vida, ainda que o mal-estar psicológico se faça notar, com cerca de 50% a admitir sentirem-se nervosos, 48% sentiam-se tristes e 49% irritados ou de mau humor. Tal como os alunos, também os professores têm dificuldade em adormecer e a percentagem de docentes que sente essa dificuldade é quase o dobro da de estudantes: 45,6%.