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Um rabino foi raptado e morto nos Emirados Árabes Unidos. O Irão será o responsável por mais um assassinato no estrangeiro? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 26, 2024

Quanto ao segundo tipo de operações, para executar fatwas, nenhum caso é mais famoso do que o do escritor Salman Rushdie, alvo de uma sentença de morte decretada por um imã pelo seu livro Os Versículos Satânicos. Ao longo do tempo, vários “lobos solitários” tentaram matar pessoas a propósito de fatwas e Rushdie não foi exceção: em 2022, foi alvo de um ataque violento num festival literário que o fez perder um olho. O atacante, Hadi Matar, está acusado de ter ligações ao Hezbollah. O grupo executa muitas das operações do interesse de Teerão por todo o mundo — nem sempre de forma coordenada com o regime.

No que diz respeito à eliminação de inimigos, o caso mais evidente são as alegadas tentativas de assassinar políticos ligados à administração Trump — e, mais recentemente, segundo a CNN, o próprio Presidente, durante esta campanha presidencial. O Irão nega ter qualquer plano nesse sentido, retratado na notícia como sendo uma “vingança direta” pela morte de Soleimani. Mas, o que é certo, é que várias pessoas estão a ser investigadas nos Estados Unidos por suspeita de envolvimento para tentar matar John Bolton (conselheiro de segurança de Trump à altura) e Mike Pompeo (secretário de Estado à altura). O Departamento de Justiça norte-americano liga diretamente os dois casos a Teerão.

O quarto tipo de assassinato seletivo ligado ao Irão pode ser precisamente aquele em que se inclui o homicídio do rabino Zvi Kogan: o de matar israelitas e até judeus no geral, um pouco por todo o mundo.

Desde 2020, esse tipo de ataque tem vindo a aumentar — pelo menos seis dos ataques planeados pelo Irão em solo europeu tinham como alvo judeus, nota uma investigação da agência Reuters. A grande maioria tem sido executada não por membros da Guarda Revolucionária ou das secretas iranianas, mas sim por cidadãos com dupla nacionalidade (iraniana e outra) ou por estrangeiros, a maioria contratados.

Os casos são vários. Em 2021, as autoridades colombianas, em parceria com a Mossad, evitaram o que dizem ter sido uma tentativa de assassinato do Hezbollah a um empresário israelita em Bogotá. No ano seguinte, a Turquia deteve cinco iranianos, suspeitos de planearem ataques contra israelitas em Istambul. No final de 2023, as autoridades no Chipre — mais uma vez com o apoio da Mossad —, desmontaram uma operação alegadamente iraniana, que tinha como alvo dois empresários israelitas. A rede que estava a preparar o ataque seria paquistanesa. Também no ano passado, um paquistanês que teria como alvo uma sinagoga e um centro judaico em Atenas foi impedido de avançar com o plano de ataque para matar judeus.





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