O Ministério de Justiça das Filipinas acusou esta segunda-feira a vice-presidente do país, Sara Duterte, como a “mentora” de uma conspiração para assassinar o Presidente filipino, dando-lhe cinco dias para responder a uma intimação.
Sara Duterte foi intimada a explicar-se após uma conferência de imprensa neste fim de semana, na qual disse ter ordenado que o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, fosse morto se ela própria fosse assassinada.
Vice-presidente da Filipinas ameaça mandar matar Presidente Ferdinand Marcos
“O Governo está a tomar medidas para proteger o nosso Presidente legalmente eleito”, assegurou esta segunda-feira o Secretário-Adjunto da Justiça, Jesse Andres, durante uma conferência de imprensa.
“A conspiração premeditada para assassinar o Presidente, tal como foi anunciada pela autora intelectual, como a própria admitiu, terá agora consequências jurídicas“, disse Andres.
Em declarações à imprensa uma hora depois, Duterte disse que pretendia responder à intimação.
“Terei todo o prazer em responder às perguntas que quiserem fazer, mas também devem responder às minhas perguntas”, disse Sara Duterte.
No seu primeiro comentário público sobre o caso, o Presidente Marcos prometeu “defender-se” contra uma ameaça que classificou de “perturbadora”.
A aliança Marcos-Duterte, que assumiu o poder em 2022, entrou em colapso à medida que se aproximam as eleições gerais intercalares do próximo ano.
Há alguns meses, o ex-Presidente Rodrigo Duterte, pai de Sara Duterte, acusou Marcos de ser um “toxicodependente”, enquanto este alegou no dia seguinte que a saúde do seu antecessor estava a piorar devido ao uso prolongado de fentanil, um opioide. Nenhum deles forneceu provas para as suas alegações.
Sara Duterte, que poderá ser alvo de um processo de destituição, declarou no sábado, durante uma conferência de imprensa repleta de insultos, que foi alvo de ameaças de assassínio e que ordenou a um membro da sua equipa de segurança que matasse o Presidente se este plano tivesse sucesso.
Além do Presidente Marcos, pediu que, no caso “de morrer”, a primeira-dama Liza Araneta-Marcos e o primo do Presidente, Martin Romualdez, presidente da Câmara dos Deputados, também fossem assassinados.
Poucas horas depois, o serviço de comunicações do palácio presidencial afirmou ter transmitido “esta ameaça ativa ao comando de segurança presidencial para que este possa tomar imediatamente as medidas necessárias”.
“Este tipo de tentativa criminosa não deve ficar sem resposta. Como país democrático, devemos respeitar a lei”, declarou esta segunda-feira Marcos.
“A vice-presidente não está imune a processos. Pode ser alvo de qualquer investigação criminal ou administrativa”, disse Jesse Andres, acrescentando que a intimação estava a ser emitida.
O responsável declarou que estava em curso uma caça ao homem para encontrar o alegado assassino contratado por Sara Duterte.