Quem pensa que a Volkswagen apenas se dedica a produzir automóveis e SUV com motores de combustão ou eléctricos, além de furgões e pickups, desconhece o projecto GenFarm, que tem como objectivo facilitar a vida aos agricultores em algumas das regiões mais pobres de África. E isto inclui tractores eléctricos e scooters a bateria, ambos disponíveis por aluguer, para reduzir os custos para os utilizadores.
Depois da fase de concepção, o GenFarm evoluiu para projecto-piloto, onde iria colocar à prova as teorias que lhe deram forma. E para ver se esta alternativa de agricultura sustentável nas áreas rurais africanas funciona, os responsáveis do construtor instalaram-se no Ruanda, um pequeno país que é igualmente dos mais pobres e dos mais densamente populados, com o seu modelo económico a depender bastante da agricultura, actividade a que se dedica mais de 90% da população.
Apostada em melhorar a vida dos habitantes locais, para quem o combustível é demasiado caro e adquirir um tractor é uma miragem, a Volkswagen avançou com o aluguer dos segundos e optou por movê-los com a energia armazenada na bateria. Os tractores eléctricos têm apenas 27 cv (20 kW), uma potência aceitável para quem necessita de um modelo compacto.
O motor é alimentado por uma bateria com uma capacidade de 32 kWh, o que decididamente não permite lavrar grandes extensões, motivo que levou a marca a conceber uma forma rápida de trocar uma bateria esgotada por outra carregada e pronta a continuar com o trabalho. Enquanto isto, o acumulador “vazio” será recarregado por energia renovável gerada a partir de painéis fotovoltaicos, uma vez que sol é coisa que não falta por aquelas bandas.
A génese deste projecto remonta a 2021, quando Herbert Diess (ainda) estava aos comandos do Grupo Volkswagen. Aliás, foi o então CEO a testar o tractor e a considerá-lo apto para as necessidades do GenFarm. O Governo do Ruanda forneceu o terreno e contou com o apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), a agência governamental alemã para o desenvolvimento e cooperação internacional. Ambos unidos na esperança que, assim, seja possível alimentar os ruandeses e incrementar o produto interno bruto do país, que de momento já depende em 25% da agricultura.