Cinco anos depois de chegar a Liverpool, porém, o médio espanhol voltou a fazer as malas. No verão de 2009, Florentino Pérez abriu os cordões à bolsa e decidiu montar uma nova geração de galácticos no Real Madrid: contratou Cristiano Ronaldo, Kaká, Benzema, Raúl Albiol e também Xabi Alonso, que regressou a Espanha para se estrear a representar outro clube que não a Real Sociedad.
No Santiago Bernabéu, mais do que ter conquistado novamente a Liga dos Campeões e ter confirmado a ideia de que já era um dos melhores médios do mundo, Xabi Alonso assumiu o papel de ícone. Sempre tão elogiado fora dos relvados como dentro deles, pela forma como se apresentava, vestia e preparava, o espanhol nunca escondeu que era um jogador diferente. “Acho que existe um estereótipo de jogador de futebol, mas ele sempre foi distinto. Tem muitas inquietudes, em relação à arte, à literatura, à política”, contou recentemente o advogado Colin Pomford, que trata da representação de Xabi Alonso.
Se a larga maioria dos jogadores do Real Madrid decide viver em condomínios privados, o espanhol sempre optou por levar a família para o centro da cidade e nunca se negou a passear pelas ruas apesar da ausência de anonimato. “É capaz de beber uma cerveja na cervejaria mais normal do mundo e decidir apanhar um avião rápido numa companhia low cost, apesar de poder ir de jato privado”, acrescenta Pomford, que conta que o espanhol é fã de Echo & The Bunnymen, que tem “Memórias Líquidas” de Enric González como um dos livros preferidos e que gosta dos filmes de Clint Eastwood e Francis Ford Coppola.