O presidente ucraniano está a tentar reunir apoio para o seu país em meio à incerteza sobre o futuro do apoio dos EUA.
O Presidente Volodymyr Zelenskyy diz que a Ucrânia continuará a lutar contra a invasão da Rússia, mesmo que os seus aliados ocidentais não apoiem o seu “plano de vitória”.
Falando durante uma visita a Bruxelas na quinta-feira, Zelenskyy deixou claro que pretende levar adiante uma segunda cimeira de paz e anunciou um novo acordo assinado com a Grécia para treinar e equipar mais pilotos de caça F-16.
“Desde o início da invasão em grande escala da Rússia, a Grécia tem fornecido apoio militar à Ucrânia, incluindo assistência material e técnica, bem como treino”, escreveu Zelenskyy nas redes sociais, onde publicou imagens dele apertando a mão do primeiro-ministro grego. Kyriakos Mitsotakis
“A Grécia está pronta para continuar a satisfazer as necessidades de defesa mais urgentes da Ucrânia”, disse o líder ucraniano. “Também fornecerá recursos adicionais para acelerar o treinamento do F-16 para nossos pilotos e técnicos.”
Encontrei-me com o Presidente do Conselho Europeu @CharlesMichel. O tema principal dos nossos debates foi a apresentação do Plano de Vitória e aguardamos com expectativa o papel activo da UE na sua implementação.
Também falamos sobre a implementação da Fórmula da Paz, a continuação da defesa… pic.twitter.com/I0UAVdk9aU
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) 17 de outubro de 2024
Ele também disse que se reuniu com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para discutir o seu plano para a vitória e que mais tarde falaria com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.
Na quarta-feira, Zelenskyy delineou detalhes de um plano que acredita poder garantir a vitória quando se dirigiu ao parlamento ucraniano.
Ele disse que o plano tem cinco partes. Na sua essência está uma proposta para um processo acelerado para a adesão da Ucrânia à NATO.
“Se começarmos a implementar este plano de vitória agora, poderemos acabar com a guerra o mais tardar no próximo ano”, disse ele.
Ele anunciou a sua táctica depois de não ter conseguido garantir um novo apoio substancial numa série de reuniões na semana passada com aliados europeus.
Zelenskyy também está consciente da grande incerteza apresentada pelas eleições de Novembro nos Estados Unidos.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o Ocidente tem de “apoiar a Ucrânia no seu caminho para a adesão à UE e à NATO”, e a candidata democrata à presidência, Kamala Harris, tem sido igualmente forte na sua linguagem.
Mas o candidato republicano Donald Trump, que as pesquisas mostram estar numa disputa muito acirrada com Harris, tem dado muito menos apoio.
Em vez disso, o ex-presidente dos EUA elogiou repetidamente o presidente russo, Vladimir Putin, e foi relatado na semana passada que conversou com o líder russo pelo menos sete vezes desde que ele deixou o cargo em janeiro de 2021.
Nos seus comícios eleitorais, Trump muitas vezes gaba-se de poder garantir um acordo de paz dentro de 24 horas, embora os críticos acreditem que qualquer acordo desse tipo exigiria que Zelenskyy deixasse grandes áreas do território ucraniano em mãos russas.