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Eslováquia. A aliada da Ucrânia que pode tornar-se próxima da Rússia — e abalar a unidade europeia – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 10, 2023

A 10 de maio de 2022, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou perante os deputados que se sentam no Parlamento da Eslováquia por videoconferência, uma prática que se repetiu nos primeiros meses da invasão em vários países como sinal de solidariedade a Kiev. Contudo, o líder da oposição do governo eslovaco não esteve presente. O também antigo primeiro-ministro Robert Fico justificou a sua decisão com acusações ao chefe de Estado ucraniano, que “mentia todos os dias” e que incentivava “a guerra”. Um ano e meio depois, o ex-governante e líder do partido de esquerda Smer-SD está em primeiro lugar nas sondagens para as eleições parlamentares que ocorrem a 30 de setembro — e já prometeu terminar com o apoio eslovaco à Ucrânia. 

Com cerca de 5,5 milhões de habitantes, a Eslováquia tem sido governada, desde 2020, por partidos pró-Ocidente. Até maio de 2023, o antigo primeiro-ministro Eduard Heger demonstrava um forte apoio à Ucrânia. Não obstante, devido a problemas com os restantes parceiros políticos e após uma moção de censura, o ex-governante pediu à Presidente eslovaca, Zuzana Čaputová, para formar um governo interino até à realização de novas eleições. A chefe de Estado, conhecida pelas suas posições também a favor da Ucrânia, aceitou o pedido e escolheu o antigo vice-governador do banco eslovaco, Ľudovít Ódor, para chefiar o executivo, que garantiu da mesma forma a Volodymyr Zelensky que iria continuar o apoio eslovaco à Ucrânia.

A Eslováquia tem estado, por conseguinte, na linha da frente do apoio à Ucrânia, como a maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE): concedeu apoio humanitário, enviou equipamentos — como tanques soviéticos e caças MiG-29 — e acolheu refugiados ucranianos. No entanto, essa realidade pode mudar a partir de 30 de setembro, com a possibilidade da formação de um governo liderado por Robert Fico, o antigo governante com um passado comunista e que, de forma quase paradoxal, admira o estilo de governação do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

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