O Azerbaijão vai levar “até ao fim” a operação militar que lançou, esta terça-feira, na região de Nagorno-Karabakh. A administração presidencial de Ilham Aliyev garante que as operações “antiterroristas” só vão parar caso as forças arménias na região se rendam e entreguem as armas, avança a Al-Jazeera. Os ataques do exército azeri já terão provocado dois mortos e 23 feridos civis, entre os quais oito crianças, segundo o responsável pelos direitos humanos da região.
Apesar de a administração presidencial azeri garantir que está disponível para conversações com os representantes arménios que controlam o enclave, o Azerbaijão sublinha que, “para as medidas antiterroristas pararem, as formações arménias ilegais devem elevar a bandeira branca, todas as armas devem ser entregues e o regime ilegal deve ser dissolvido”. Caso contrário, avisa Baku, “as medidas antiterroristas vão ser levadas até ao fim”.
O enclave de Nagorno-Karabakh é habitado por população arménia e disputado há décadas por arménios e azeris. Na madrugada de terça-feira, uma explosão de minas nesta região provocou a morte a quatro polícias azeris e a dois civis. Horas depois do incidente, o Azerbaijão decidiu intervir militarmente, culpando os separatistas arménios pelas mortes. “Começaram as operações antiterroristas na região”, disse o Ministério da Defesa do Azerbaijão num comunicado, citado pela agência francesa AFP.
O Ministério referiu que as posições das forças arménias estavam “a ser desativadas com armas de alta precisão na linha de frente e em profundidade”. Um jornalista da AFP na região disse ter ouvido detonações em Stepanakert, a principal cidade do enclave situado no sul do Cáucaso.
Os ataques do exército azeri já terão provocado dois mortos e 23 feridos civis, entre os quais oito crianças, segundo o responsável pelos direitos humanos da região, Gegham Stepanyan, citado pela Reuters.
O anúncio da operação azeri surge três anos após o início da anterior guerra de Nagorno-Karabakh, em setembro de 2020, que as forças do Azerbaijão venceram ao fim de seis semanas.
Entretanto, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan veio garantir que o país não vai lançar operações militares no enclave, descartando a hipótese de um conflito direto com o país vizinho.