Ambos são socialistas, ambos foram (no caso de José Luís Carneiro, ainda é) ministros de António Costa e ambos são considerados candidatos fortes à liderança do PS. Ainda assim, lendo com atenção as moções de orientação estratégica que Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro apresentaram esta quinta-feira na sede do partido, encontram-se vários pontos que distinguem os dois candidatos — da postura em relação ao maior legado de António Costa (a política de contas certas) ao pensamento sobre alianças com outros partidos.
José Luís Carneiro quer seguir a política orçamental de Medina (que o apoia) sem hesitações, Pedro Nuno Santos defende uma redução da dívida mais lenta. Carneiro olha para a esquerda e para a direita e só promete assegurar condições de “governabilidade”, Pedro Nuno deixa clara a sua fidelidade à geringonça, em caso de necessidade. Carneiro aposta em novos pactos para a Habitação, a Saúde e a Justiça, Pedro Nuno acena aos funcionários públicos com a tão desejada recuperação do tempo de serviço congelado durante a crise.
Em certos pontos, os candidatos encontram-se: ambos querem um referendo que permita avançar finalmente com a regionalização, ambos escolhem tópicos como o Ambiente e as alterações climáticas como prioridades. E ambos respeitam o legado de António Costa, embora em graus muito diferentes e com formas diferentes de olhar para o futuro. O Observador foi ler as moções ponto por ponto e explica todas as semelhanças e diferenças das duas moções de estratégia — a começar, desde logo, pelos nomes que os candidatos escolheram para as pôr por escrito.
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