Muitos desconheciam o conceito de pesto ou de foie gras, a mais acesa das guerras travava-se entre tradição e nova cozinha, os restaurantes não proliferavam como cogumelos, e dispensava-se reserva antecipada para garantir uma mesa em Lisboa. 15 anos depois, Miguel Pires e Duarte Calvão admitem que muito mudou na literacia gastronómica do público português. O primeiro vem da publicidade, o segundo do jornalismo. Conheceram-se no extinto Aya e em 2009 lançavam o blogue Mesa Marcada, unindo os pontos de um universo que viu crescer o número de chefs, foodies, críticos, emergentes influenciadores via redes sociais e outros protagonistas do setor. Esta segunda-feira, a partir do Centro de Congressos do Estoril, voltam a distribuir prémios em 11 categorias, perante um auditório onde se esperam 500 convidados.
Dos habitués do Gambrinus às estrelas Michelin, das mesas do dia a dia ao poder de uma crítica, passando pelo controverso tema do turismo, recuamos no tempo, regressamos ao presente da gastronomia e antecipamos os próximos 15 anos — se por acaso mantiverem a genica do crítico gastronómico do El País, Jose Carlos Capel, para se manterem nesta maratona de almoços e jantares.
“Mal as pessoas sabem que se fala aqui de comida”, comentava o Miguel quando pedimos uns meros cafés e água. Ainda acontecem momentos como este, em que vão a restaurantes e passam despercebidos?
Miguel Pires (MP) — Depende do tipo de lugar, mas também há um bocadinho o mito urbano em torno dessa personalidade.
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