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Pais de adolescente que matou colegas a tiro condenados a dez a quinze anos de prisão – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 9, 2024

Já é oficial: os pais do adolescente que matou quatro estudantes a tiro na escola que frequentava, no Michigan, foram condenados a cumprir penas de prisão que podem ir dos dez aos quinze anos, pelo crime de homicídio involuntário.

Já se sabia que, numa sentença considerada histórica nos Estados Unidos, os pais seriam considerados responsáveis pelo ataque do filho a vários colegas de escola e professores, uma vez que a decisão tinha sido confirmada em tribunal, em março. A novidade é que James e Jennifer Crumbley, que já estão presos desde que foram detidos, há dois anos, na sequência do ataque, sabem agora quanto tempo de prisão vão ter de cumprir no total.

Pai de adolescente que matou quatro colegas foi considerado culpado de homicídio involuntário

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O jovem, Ethan Crumbley, tinha 15 anos quando, em novembro de 2021, pegou numa pistola que os pais tinham em casa, no estado norte-americano do Michigan, e disparou contra colegas e professores, matando quatro estudantes e ferindo outros seis, além de um professor. Ethan (atualmente com 17 anos) já está a cumprir uma pena de prisão perpétua por homicídio e terrorismo.

Agora, a juíza Cheryl Matthews argumentou que estas condenações dizem respeito a “atos repetidos, ou falta deles, que podiam ter atrasado um comboio desgovernado, ignorando repetidamente coisas a que uma pessoa razoável teria prestado atenção”. Assim, o pai, argumentou, acabou por dar acesso a armas e munições que tinha em casa, e que estavam ao alcance do rapaz, e a mãe “glorificava o uso e posse destas armas”.

Ou seja, no entender da acusação, houve vários motivos para culpar diretamente os pais de Ethan Crumbley. Por um lado, porque mantinham a arma usada no crime em casa, sem estar “em segurança”, e acessível ao filho — embora a advogada de James Crumbley garanta que o seu cliente não sabia que o adolescente saberia como chegar à arma. Além disso, Ethan tinha feito na escola, no dia do ataque, um desenho de uma arma e de um homem ferido, e escrito uma mensagem alarmante, citava então o The Guardian: “Os pensamentos não páram. Ajudem-me. Sangue por todo o lado. O mundo está morto”.

Ainda assim, os pais não quiseram levar o filho para casa nesse dia nem revelaram que tinham na sua posse uma arma semelhante à que o rapaz desenhou, não tendo também verificado a mochila de Ethan. O rapaz tinha, nesse mês, escrito no seu diário que precisava de ajuda em relação à sua saúde mental e feito queixas sobre os pais: “Os meus pais não me ouvem, por isso não consigo ter nenhuma ajuda”.

A CNN acrescenta que a acusação considerou, por isso, que os pais de Ethan são responsáveis por uma “grosseira negligência” que acabou por levar à morte de quatro pessoas.

Desta vez, James e Jennifer Crumbley quiseram falar às famílias das vítimas, que os acusaram de ter nas suas mãos o sangue dos filhos. Jennifer disse querer expressar a sua mais profunda mágoa pelas mortes dos quatro estudantes, pedindo desculpa e assegurando que viverá na sua própria “prisão interna” para o resto da vida.

Já o pai do atacante disse não “conseguir imaginar a dor e a agonia” dos pais que perderam filhos, dizendo não conseguir expressar “o quanto queria ter sabido o que se estava a passar [com Ethan] ou o que ia acontecer, porque teria certamente feito muitas coisas de forma diferente”.



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