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Paulo Carneiro está na Quinzena dos Cineastas de Cannes – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 16, 2024

“Acho que um filme pode ter o poder de conseguir chamar mais a atenção para aquele lugar. É uma coisa fixe que o cinema nos dá”, explicava ao Observador. “Se o cinema tiver força, podemo-nos servir da palavra para atingir. São balas. Temos voz. A Savana e a Montanha é um filme, é um filme-arma, mas não chega. O objetivo é conseguir fazer um cinema que interesse às pessoas, àquelas pessoas que filmamos, mas que tenha um olhar próprio e que assim se destaque. Fazer uma coisa que seja que só sirva como arma, a mim não me interessa muito”, dizia.

Paulo Carneiro não fez um filme sobre carros, fez um filme sobre emigrantes: “Se o cinema tiver força, podemo-nos servir da palavra”

Covas do Barroso é uma aldeia vizinha de Bostofrio, onde nasceu o pai do cineasta. “Esta proximidade geográfica e afetiva levou a que, desde 2018, me mantivesse atento às notícias acerca de negócios pouco claros com vista ao eventual desenvolvimento de uma exploração mineira na região, por parte da Savannah Resources”, justifica Paulo Carneiro em comunicado enviado às redações esta terça-feira. “Foi sobretudo pelo povo e pelas atividades ancestrais que florescem em Covas do Barroso que decidi juntar-me à luta pela defesa deste modo de vida. O cinema tem uma responsabilidade de envolvimento a que não posso fugir. Nos meus filmes, procuro estar ao lado das pessoas, sem me reger por políticas económicas ou especulatórias de quem não conhece ou vive o território”, finaliza.

O filme ainda não tem data de estreia em Portugal.

A presença portuguesa na Quinzaine des Cinéastes fica completa com duas curta-metragens: Quando a terra foge, realizada por Frederico Lobo e coproduzida pela Terratreme Filmes e pela Rua Escura Filmes, e O jardim em movimento, da realizadora e artista visual Inês Lima.

Na última semana, foi conhecido que no Festival de Cinema de Cannes, que decorrerá naquela mesma semana de maio — entre os dias 14 e 25 – está o filme Grand Tour, de Miguel Gomes, numa estreia deste realizador na competição oficial, interrompendo um silêncio de 18 anos de cinema português na competição pela Palma de Ouro.

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