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um dia com Nuno Lobo – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 23, 2024

– Não pensei em nada de percentagens, o único pensamento continua a ser servir o FC Porto. É evidente que a margem com que Pinto da Costa ganhou é algo com o qual vocês se importam muito, com o valor, o número de votos que José Fernando Rio ou eu atingimos… Não é esse o cerne da questão…
– Mas é um barómetro para perceber como está o universo FC Porto porque nunca tinha existido uma vitória com uma margem tão pequena mesmo sendo grande…
– Certo mas esta candidatura surge por amor ao FC Porto. Agregar o FC Porto, unir o FC Porto, apresentar novos projetos, apresentar um programa novo para o FC Porto. É com esse intuito que esta candidatura surge, unicamente para servir o FC Porto. É uma candidatura de puro portismo, de associados que têm as suas vidas… Temos as nossas carreiras bem definidas, excelentes profissionais, competentes e que têm um amor único que é o FC Porto. Estamos cá por isso, não estamos a pensar naquilo que aconteceu em 2020 a nível de votos. Sentimos essa obrigação como amamos o FC Porto de ajudar, tentar servir o FC Porto.

Nuno Lobo vai recusando sempre qualquer tipo de colagem a Pinto da Costa, mesmo quando a pergunta vai no sentido de perceber se, entre aquilo que propõe e defende para o FC Porto e aquilo que os candidatos que tem pela frente preconizam, se aproxima mais do atual líder. Há algo que se percebe nas declarações que foi tendo ao longo da campanha (mais modesta) que foi tendo – tem mais a “mira” apontada a André Villas-Boas, a carta nova no baralho eleitoral. Curiosamente, o programa de 2020 começava com uma ideia que ficou conhecida pelo antigo treinador. “Não será a minha cadeira de sonho porque o FC Porto é mais que um sonho, é real! O meu amor ao clube não chega, mas aliado à competência daqueles, que comigo estão neste desígnio, sei que darão de alma e coração a sua total entrega ao clube que tanto amamos”.

A ligação aos azuis e brancos faz com que descreva o FC Porto como “uma doença boa, uma paixão”. Nem o facto de ter passado por Lisboa depois de sair de Angola fez com que desviasse o foco dos dragões numa vida que o fez viver ainda em Vila Real antes de se fixar na Invicta. Viu o primeiro encontro dos azuis e brancos quando tinha oito anos, numa goleada diante do Barreirense por 4-1, chegou a fazer parte das claques dos dragões, foi várias vezes de Ermesinde ao Porto a pé, tem como um dos dias mais memoráveis da sua vida a conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1987 – tanto que se recorda de acordar na manhã seguinte ainda nos Aliados depois de uma festa onde chegou a beijar um cão entre tanta felicidade.

Aos 54 anos, a paixão continua latente e não se coloca abaixo dos outros candidatos a nível de percurso por isso mesmo. “Passado? Sou sócio do FC Porto. Sou e serei sempre uma voz ativa. O meu passado foi mostrar o meu cachecol e a minha camisola do FC Porto por esses campos fora”, contou o adepto que um dia a Liga NOS colocou como “o” adepto, numa campanha que fez para o Campeonato em que cada clube da principal divisão tinha o seu representante. Agora, Nuno Lobo quer ser “o” representante de outra forma, a liderar o clube. Mas, enquanto esse possível momento não chega, continua a começar os dias com aquela que é a sua maior paixão: o ensino, o ser professor, a ideia de que a educação é um bem comum inalienável.

“Terminei o curso de História e Arqueologia em 1998/99, a fazer esse último ano em Birmingham. Se gostei da experiência? Gostei mas não achei nada do outro mundo também… Houve uma coisa que me marcou e aí de facto era um mundo à parte: já naquela altura, todas as escolas tinham computadores. Quando voltei para Portugal e quando comecei a dar aulas há mais de 20 anos, nessa altura na Escola Secundária de Castêlo da Maia, tínhamos três computadores e era para todos os professores dividirem. Essa diferença foi aquela que mais notei na passagem por Inglaterra. Agora estou na Escola Secundária de Pedrouços, este ano estou a dar aulas de História a sétimo e oitavos anos”, recorda.



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