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António Costa no Conselho Europeu? “Temos a tradição de apoiar portugueses” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 26, 2024

Mas ainda assim, uma derrota da AD nestas eleições era um mau sinal? Nesta tentativa de ganhar força.
Não vou fazer análise aos cenários de vitória ou derrota. Há uma probabilidade dos partidos moderados fazerem uma grande campanha. Vamos ver o que é que vai acontecer em toda a Europa no dia 9 de junho. Que grupos é que vão crescer mais e que grupos vão diminuir a sua representação no Parlamento Europeu. Estou convencido que o Partido Popular Europeu (PPE) continuará a assegurar a liderança da Europa, pela sua preparação e pela qualidade dos seus quadros. Há pouco falou de Roberta Metsola, a presidente do Parlamento Europeu, que adora Portugal e que tem uma relação com Portugal extraordinária. Nunca uma presidente do Parlamento Europeu veio tantas vezes a Portugal.

E esteve cá há poucos dias para apelar à participação eleitoral. Em Portugal isso vai ser particularmente complicado. Acha que estas eleições correm o risco de serem as menos participadas dos últimos anos no país?
Há uma maior percentagem de interesse e vontade de participar nas eleições face a anos anteriores e portanto temos razões para acreditar, apesar do feriado do 10 de junho, do fim de semana, acredito que o voto antecipado e a mobilidade de voto pode ajudar a contrariar a abstenção.

O Governo e o Parlamento devem reforçar essas possibilidades?
Devem reforçar a comunicação e a informação para que os portugueses possam ir de férias sem abdicar do voto. A Europa hoje comanda muito as nossas vidas, nós temos muitos dossiês à nossa frente e não são apenas questões de tecnocracia. A competitividade, as migrações, a segurança.

É Presidente da Comissão de Assuntos Europeus. O Parlamento português continua disponível para apoiar, sem reservas, a adesão da Ucrânia à União Europeia? Não há riscos que Portugal pode ter, nomeadamente no acesso aos fundos comunitários?
Sempre fomos abertos às questões de alargamento da União Europeia. Há nove países que são candidatos e Portugal tem uma posição de abertura mas também de equilíbrio, que sempre nos preocupou. A distribuição dos poderes no interior das instituições europeias, dos deputados, dos votos e também dos fundos estruturais. Essas são matérias que estão dentro do dossiê do alargamento. O primeiro-ministro, no discurso inaugural no Parlamento, falou muito da necessidade de revermos a estratégia de financiamento, de termos mecanismos de financiamento permanentes. O PRR é um modelo de financiamento único e seria muito interessante que se conseguissem estruturar as questões de forma permanente para continuarmos a ter uma capacidade financeira que permita auxiliar a nossa economia.

Tem falado muito da experiência dos eurodeputados portugueses. De alguma forma, a transferência da experiência para o Governo pode dar mais força para negociar questões como o acesso aos fundos comunitários?
Creio que sim. Há pouco falei da necessidade de reconstrução da relação política do Parlamento com os eurodeputados. Há uma tradição da Comissão dos Assuntos Europeus de dialogar com todos os eurodeputados. Todos os 21 eurodeputados, de forma remota ou presencial, tiveram audições com a Comissão. Queremos fazê-lo com os novos 21 e também com o futuro comissário português. Reconheço que o facto de termos, por exemplo, o ministro da Agricultura, que foi um excelente eurodeputado, um relator exímio sobre questões de financiamento da União Europeia, e que por isso, o Governo beneficia da sua experiência, bem como com a do ministro dos Negócios Estrangeiros. Há questões muito relevantes nos próximos tempos a nível europeu, como a segurança e a defesa ou a autonomia estratégica da União Europeia, que é preciso resolver.



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