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PS diz que abordar passado colonial numa “declaração de circunstância” é desrespeitar a História – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 29, 2024

A cabeça de lista do PS às europeias considerou que abordar a responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial e o pagamento de reparações no contexto de “uma declaração de circunstância” é desrespeitar a História. Falando aos jornalistas no Tribunal Constitucional, em Lisboa, à margem da entrega das listas para as eleições europeias de 9 de junho, Marta Temido defendeu que estes temas são “demasiado sensíveis para se poderem falar en passant, para se poderem tratar no contexto leve, ligeiro, de uma declaração de circunstância”.

“E penso que isso até, de alguma forma, é desrespeitar aquilo que é a História, aquilo que é o envolvimento de todas as partes num processo histórico”, afirmou. Questionada se estava a dirigir uma crítica ao Presidente da República, a socialista respondeu que “não é uma crítica, é uma observação“.

Sobre a iniciativa que o Chega anunciou para que o Parlamento condene as declarações do Presidente da República sobre uma eventual reparação pelo passado colonial português, a ex-ministra da Saúde limitou-se a dizer que “as iniciativas do Chega são as iniciativas do Chega”.

“Não vale a pena estar a fazer grandes comentários sobre isso, a não ser dizer que a democracia tem regras próprias e esperamos que todas as forças políticas tenham respeito por aquilo que são as regras essenciais da democracia”, acrescentou Marta Temido.

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Chega apresenta voto de condenação a Marcelo por “traição” graças a declarações sobre ex-colónias

Pela Iniciativa Liberal, o líder, Rui Rocha considerou que “o país nos últimos dias, infelizmente, falou muito mais do passado do que devia“. “Temos agora esta eleição europeia, muito importante para os portugueses, porque há muito daquilo que impacta na vida dos portugueses que é decidido a nível europeu, e o passado devia estar encerrado”, defendeu.

Rui Rocha afirmou também que “outros querem utilizar essa discussão, que entretanto já está encerrada, para continuar a protagonizar as notícias”, numa crítica ao Chega, recusando “dar palco a essas tentativas de protagonismo”. “Estamos cá para falar do futuro dos portugueses em Portugal e na Europa”, salientou o liberal.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, recusou alinhar “em show off mediáticos do Chega”. “Aquilo que o Chega mais uma vez vem fazer são números, ao invés de estarmos na Assembleia da República a trabalhar para os problemas e para as dificuldades e o custo de vida que as pessoas continuam a sentir. Nós precisamos, de uma vez por todas na Assembleia da República, de garantir que há espaço para o debate em torno das reformas estruturais que o país precisa e não em circos mediáticos, por um direito de reparação”, criticou.

Inês de Sousa Real considerou que, “por mais infelizes que tenham sido as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, o direito à reparação das ex-colónias é um direito que deve ser conversado e falado, mas noutro âmbito e com outro tipo de intervenientes, como é o caso do Governo” e “não se coaduna com estar a lançar para o ar determinadas ideias”.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, recusou comentar o tema.

No domingo, o Chega anunciou que vai entregar na Assembleia da República uma proposta de voto de condenação a Marcelo Rebelo de Sousa. De acordo com a iniciativa divulgada pelo partido, o Chega quer que o Parlamento manifeste “a sua mais profunda e severa condenação ao sr. Presidente da República, e às palavras por ele proferidas, por reforçar a ideia de reparação e afirmar que Portugal deve pagar indemnizações pelo seu passado histórico nas antigas colónias”.



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