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um rapaz do cinema – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 30, 2024

E Não Se Pode Exterminá-lo? (1979), primeiro filme em que JSM assina a realização, a meias com Solveig Nordlund, é uma adaptação do espectáculo da Cornucópia encenado nesse ano por Silva Melo, cujo texto dramatúrgico são sketches burlescos do alemão Karl Valentin, dos quais filmaram cinco que viriam a passar na RTP. Sobre ele, Regina Guimarães escreveu estarmos perante “um objeto fabricado com cuidados e primores” que o afastam do “formato poeirento do ‘teatro televisivo’.”

Passagem ou a Meio Caminho (1980), a primeira longa de JSM a solo, marca, tal como o nome indica, a saída de Silva Melo do teatro da Cornucópia (1973-79). Inicia-se aqui um período dedicado ao cinema que culmina em 1995 com o regresso ao teatro através da fundação dos Artistas Unidos e a estreia da peça António, um Rapaz de Lisboa, texto que JSM viria a adaptar para cinema e que teve estreia comercial em 2000.

“Ele começou por querer ser realizador. Ele queria fazer cinema, antes de fazer teatro”, concretiza Maria João Madeira. “Em jovem, foi estudar cinema. E, quando o fez, em Londres, viu teatro.” Foi assistente de realizadores como Paulo Rocha ou João César Monteiro. No artigo Verdadeiro moderno? Verdadeiro pré-romântico?, além de tentar situar artisticamente o cineasta Jorge Silva Melo, Paulo Rocha fala também das suas excecionais qualidades, como quando, era ele seu assistente na rodagem do filme Pousada das Chagas, um pintor estava havia horas a pintar chagas no corpo de Luís Miguel Cintra para o transformar no mártir São Sebastião e aquilo não estava a resultar. Silva Melo mandou apagar tudo do corpo e pegou ele próprio no pincel para desenhar as chagas, as filmagens estavam a atrasar-se. “De repente, o seu pincel vibrava pelo ar, salpicava o corpo do ator com chagas resplandescentes. Ficou perfeito, e tudo em segundos”, escreveu Rocha.



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