O Presidente da República condenou este sábado os ataques racistas ocorridos na última noite no Porto. Numa nota divulgada pela presidência, Marcelo Rebelo de Sousa “sublinha a veemente condenação da violência racial e da xenofobia, práticas sem lugar na sociedade portuguesa.”
Para além de exprimir a sua solidariedade às vítimas dos ataques, o Presidente agradeceu ainda às forças de segurança “a rápida intervenção”, transmitindo “o voto de confiança na defesa do Estado de Direito e dos Direitos Humanos, certo que se manterão atentas ao seu respeito.”
No rescaldo dos acontecimentos no Porto, também Luís Montenegro condenou, em nome pessoal e do Governo, “os ataques racistas”. “Exprimo a nossa solidariedade com as vítimas e reafirmo tolerância zero ao ódio e violência xenófoba”, afirmou o primeiro-ministro numa publicação na rede social X, elogiando o “trabalho” das forças de segurança.
Condeno veementemente, em meu nome pessoal e do Governo português, os ataques racistas desta noite no Porto.
Exprimo a nossa solidariedade com as vítimas e reafirmo tolerância zero ao ódio e violência xenófoba.
E elogio o trabalho das nossas forças de segurança.— Luís Montenegro (@LMontenegropm) May 4, 2024
Também a Ministra da Administração Interna se juntou às vozes que condenaram o ataque a imigrantes. “Não são admissíveis comportamentos destes“, defendeu Margarida Blasco. Citada pela CNN Portugal, a responsável adiantou ainda que o ocorrido “não representa o povo português”.
Por sua vez, a associação SOS Racismo também se mostrou solidária com “todas as vítimas de racismo e xenofobia”, condenando “esta onda de violência racista extrema, que se tem vindo a intensificar nos últimos tempos”. Além dos recentes acontecimentos no Porto lembram outros, como o “assassinato de Gurpreet Singh, indiano, morto a tiro em sua casa, em Setúbal, por uma milícia racista”.
São muitos, são demasiados os casos de violência racista e xenófoba – e não acontecem no vazio. Estes grupos atuam de forma concertada, porque se sentem legitimados” pelo “discurso de ódio da extrema-direita e por narrativas e discursos populistas e racistas de altos responsáveis políticos, que têm vindo a fazer associações falsas entre a criminalidade e a imigração”, defende a SOS Racismo, convocando os ativistas anti-racismo do Porto para se unirem “na Praça 24 de Agosto em um gesto de solidariedade com os imigrantes”.
Um grupo de seis homens encapuzados invadiu, esta sexta-feira à noite, uma casa onde viviam uma dezena de imigrantes argelinos e venezuelanos, no centro do Porto. O objetivo do grupo — que entrou na habitação munido de bastões, facas e uma arma de fogo — era espancar as vítimas, destruir o recheio da habitação e proferir insultos racistas. Os agressores foram identificados pelas autoridades e um deles foi detido preventivamente por posso de arma ilegal.
Grupo munido de bastões e facas agride imigrantes argelinos no Porto