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Eurico Castro Alves. O conciliador que gosta de praticar vela e tem a missão de apresentar o plano de emergência para o SNS – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 6, 2024

“O país precisa de uma resposta para a urgência, para os utentes que não têm médico de família, para as consultas em atraso e de um plano de resposta para o verão que aí vem”, realça Carlos Cortes, que espera que o grupo de trabalho consiga “estar à altura” do desafio. O Observador tentou contactar Eurico Castro Alves mas não obteve resposta. No entanto, o pensamento do cirurgião segue na mesma linha. Em maio do ano passado, Castro Alves sublinhava, em entrevista ao jornal especializado em saúde HealthNews, a necessidade de uma reforma do SNS mas recusava, contudo, um cenário de colapso.

“O SNS precisa urgentemente de uma intervenção séria e profunda, de uma reforma estrutural, mas não está em colapso”. Entre as prioridades identificadas pelo também ex-secretário de estado da Saúde estavam o acesso e a melhoria de condições de trabalho dos profissionais de saúde. “Há um conjunto muito grande de problemas graves e muito sérios que têm que ser tratados. O acesso aos cuidados de saúde em geral, principalmente no caso das doenças de maior complexidade, em que são precisas terapêuticas complexas, internamentos, intervenções cirúrgicas, etc., muitas vezes também está comprometido. O acesso ao serviço de urgência não está bem organizado, nem é seguro”, criticava.

Uma outra área onde também é preciso intervir fortemente é nas condições de trabalho dos profissionais de saúde, nomeadamente no caso da profissão médica”, dizia o cirurgião, apontando o caminho. “Uma boa organização hospitalar, uma referenciação de doentes devidamente organizada e inteligente, de maneira a não se duplicarem recursos; haver registos eletrónicos dos processos clínicos dos doentes de forma a haver um acesso fácil”, exemplificava.

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, cidade onde nasceu, está há décadas no serviço de Cirurgia do Hospital de Santo António, que lidera há alguns anos. É, tal como a atual ministra da Saúde, um defensor das Parcerias Público-Privadas na área da saúde. “As PPP são uma forma racional e inteligente de usar os recursos a favor dos cidadãos, porque o privado acaba por conseguir gerir de uma forma muito mais eficiente do que o setor público”, defendia, acrescentando que o fim do modelo em várias zonas do país “fez com que os hospitais envolvidos passassem a custar muito mais dinheiro ao Estado, tendo a qualidade baixado drasticamente”. “As pessoas passaram a ter piores serviços, pior acesso, pior qualidade, pior segurança, e o Estado passou a pagar muito mais. Isto é um erro fatal para o sistema de saúde”, sentenciava.



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