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Da entrevista que foi gota de água à coordenação com Montenegro. Os dias até à exoneração do Diretor Nacional da PSP – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 7, 2024

Quando, esta segunda-feira, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, avançou para a exoneração de José Barros Correia do cargo de diretor nacional da PSP, havia já muitos sinais de que as coisas não estavam bem — um deles, talvez o mais evidente, estava numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF. E Luís Montenegro, sabe o Observador, foi acompanhando tudo e deu o aval à decisão.

Ao Observador, o Ministério da Administração Interna explicou esta terça-feira que a mudança de Diretor Nacional “enquadra-se numa necessidade, sentida pela população em geral, de se desencadear e promover uma reorganização operacional a par de uma consistente melhoria das infraestruturas operacionais e, ainda, numa efetiva valorização remuneratória de todas as forças de segurança”.

Mas até que ponto seria Barros Correia uma pedra na engrenagem? E porque foi Luís Carrilho, o sucessor, o escolhido? O Observador explica como tudo aconteceu e o que foi afastando tutela e diretor nacional da PSP.

Na perspetiva do Governo, a entrevista de José Barros Correia ao DN/TSF no dia 3 de maio foi a gota de água. Em plenas negociações com os representantes do setor, exatamente um dia depois da primeira reunião entre Margarida Blasco e os sindicatos que resultou num primeiro embate muito duro com a nova ministra (“migalhas” foi apenas um dos qualificativos usados pelos sindicatos), o então diretor nacional da PSP não só veio a público defender as reivindicações dos queixosos, como de alguma forma deu respaldo à onda de protestos (“Era de esperar uma reação por parte dos elementos da Polícia de Segurança Pública”) e a ainda relativizou a existência de movimentos inorgânicos (“Muitas das iniciativas do grupos inorgânicos são inconsequentes”).

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Ora, a existência destes movimentos inorgânicos nas polícias, os protestos que decorreram – incluindo aquele que marcou o frente a frente entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos – e o risco de a situação escalar são, precisamente, preocupações profundas do Governo, que esperava que a estrutura de comando da PSP fosse capaz de segurar os polícias. Barros Correia não só não o fez como, em contraciclo, fez declarações que foram recebidas como uma deslealdade e como uma verdadeira afronta. Para o Executivo de Luís Montenegro, a simpatia e aparente cumplicidade de Barros Correia com os sindicatos arriscava-se a minar a autoridade do Governo e a deitar por terra qualquer esforço de pacificação das forças de segurança.



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